Movimento que ficou associado ao crescimento urbano brasileiro - impulsionado pela fase desenvolvimentista da presidência de Juscelino Kubitschek (1955-1960) -, a bossa nova iniciou-se para muitos críticos quando foi lançado, em agosto de 1958, um compacto simples do violonista baiano João Gilberto (considerado o papa do movimento), contendo as canções Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e Bim Bom (do próprio cantor).
Em 1959, era lançado o primeiro LP de João Gilberto, Chega de saudade,
contendo a faixa-título - canção com cerca de 100 regravações feitas
por artistas brasileiros e estrangeiros. A partir dali, a bossa nova era
uma realidade. Além de João, parte do repertório clássico do movimento
deve-se as parcerias de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Consta-se,
segundo muitos afirmam, que o espírito bossa-novista já se encontrava na
música que Jobim e Moraes fizeram, em 1956, para a peça Orfeu da Conceição,
primeira parceria da dupla, que esteve perto de não acontecer, uma vez
que Vinícius primeiro entrou em contato com Vadico, o famoso parceiro de
Noel Rosa e ex-membro do Bando da Lua, para fazer a trilha sonora. É dessa peça, baseada na tragédia Grega Orfeu,
uma das belas composições de Tom e Vinícius, "Se todos fossem iguais a
você", já prenunciando os elementos melódicos da Bossa Nova.
Além de Chega de saudade, os dois compuseram Garota de Ipanema, outra representativa canção da bossa nova, que se tornou a canção brasileira mais conhecida em todo o mundo, depois de Aquarela do Brasil (Ary Barroso), com mais de 169 gravações, entre as quais de Sarah Vaughan, Stan Getz, Frank Sinatra (com Tom Jobim), Ella Fitzgerald entre outros. É de Tom Jobim também, junto com Newton Mendonça, as canções Desafinado e Samba de uma Nota Só, dois dos primeiros clássicos do novo gênero musical brasileiro a serem gravados no mercado norte-americano a partir de 1960.
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