Depois da construção da Residência dos Governadores, a segunda prioridade das chamadas "Obras Oficiais", foi o Grande Hotel.
Atrás da Igreja Matriz, na esquina que liga a Rua Joaquim Murtinho à
Avenida Getúlio Vargas, um belo prédio de varandas circundadas por arcos
abriga hoje a Secretaria de Estado de Cultura.
Em 1940, ali começava a
ser erguido o Grande Hotel, com varandas, pátios e 38 quartos, todos desenhados por uma arquitetura de
linhas retas, geométricas e elegantes, típicas do estilo Art Dèco,
bastante utilizado nas obras do governo de Getúlio.
A construção de
importante obra gerava especulações entre a população, que se perguntava
de onde viria tanta gente para ocupar um hotel tão grande.
Maria José Couto Valle, Gerente de Inventário e Tombamento da Secretaria
de Estado de Cultura, ocupante de um dos 38 quartos do antigo hotel –
hoje seu local de trabalho – conta que aos domingos lá era oferecida uma
“reunião dançante”, congregando moças e rapazes da região.
Outrora
esses jovens tinham como diversão dominical apenas os passeios pelo
Jardim Alencastro, hoje Praça Alencastro, em frente à Prefeitura
Municipal. E mesmo o passeio pelo Jardim Alencastro não era facultado à todos. Minha mãe conta que o Jardim era gradeado e na parte de dentro, somente os ricos passeavam e do lado de fora, ficavam os pobres.
Durante seu período áureo, o Grande Hotel hospedou muitas personalidades
da época, como Emilinha Borba (rainha do rádio), Ângela Maria, Procópio
Ferreira, o próprio presidente Getúlio Vargas, dentre outros. Ali, os
bailes de carnaval no salão de festas e pelas varandas eram muito
concorridos pela sociedade cuiabana.
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