"A luta pela Independência da Bahia começou antes da brasileira, mas ela
só aconteceu um ano depois. A guerra durou cerca de um ano e alguns
dias, entre 25 de junho de 1822 e 2 de julho de 1823. Os constantes
desentendimentos e a insatisfação com a Coroa Portuguesa vinham se
intensificando desde o século XIX.
O estopim da guerra aconteceu em fevereiro de 1822, quando o governo português nomeou o tenente-coronel Madeira de Melo para exercer
o cargo de comandante das armas na Província, em substituição do
coronel brasileiro Manuel Pedro de Freitas Guimarães. Mas a nomeação de
Madeira de Melo não foi aceita de forma pacífica pelos brasileiros. O
tenente-coronel português ordenou que as tropas lusitanas ocupassem as
ruas de Salvador. Os brasileiros também reagiram e os conflitos
começaram.
Os batalhões formados majoritariamente por baianos tomaram o Forte de
São Pedro, de onde enfrentaram outros batalhões de maioria portuguesa.
Quando os portugueses tomaram o forte e prenderam Freitas Guimarães,
festejam atacando casas, pessoas e invadindo o Convento da Lapa, onde se
encontravam alguns revoltosos, assassinando a abadessa Joana Angélica.
Alguns brasileiros se entregaram, outros dispersaram, indo em direção
aos subúrbios da capital, ou às vilas do Recôncavo baiano, onde se
organizaram. Os fazendeiros municiaram os combatentes, a exemplo do avô
do poeta Castro Alves, o major José Antonio da Silva Castro, que formou o
Batalhão dos Voluntários do Príncipe - popularmente apelidado de
“Batalhão dos Periquitos”-, no qual lutou Maria Quitéria. Os negros
também se organizaram e formaram o Batalhão dos Henriques, com a
promessa de que seriam libertados.
Diante da derrota em Pirajá e da impossibilidade de tomar Itaparica, o
tenente-coronel português Madeira de Melo, cada vez mais enfraquecido,
viu o custo de vida disparar na cidade. Em junho de 1823, ataques por
terra, em várias frentes, acabaram com a tomada de postos de defesa
portugueses. Acuado, e sem bases de defesa, Madeira de Melo se retirou
na madrugada de 2 de julho de 1823."(Jornal da Bahia)
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