Durante a Era das Fogueiras, as festas que anteriormente celebravam as antigas divindades eram transferidas para o culto dos santos.
O culto popular da Mãe de Deus, em Nápoles procede certamente do culto de Vesta e de Ceres, do mesmo modo que em Roma o templo de Vesta foi convertido em igreja da Madona do Sol.
Romarias, quermesses e festas em toda a Europa guardam vestígios anteriores ao estabelecimento do cristianismo, como o fogo de S. João, que se reporta ao antigo solstício de verão.
Na Sicilia, a Virgem tomou posse de todos os santuários dedicados a Ceres e a Vênus, e os ritos praticados em honra dessas deusas foram em parte transferidos para a mãe de Cristo. Ainda na Itália, Santo Antônio tomou o lugar de Neptunus Equester, o deus das corridas de circo, tornando-se, assim, o patrono dos cavalos.
Na Grécia, a Virgem substituiu Afrodite, abrindo as portas da aurora; Hélios é substituído por S Élio, venerado sobre os montes, Esculápio por S. Roque, e o filho de Teseu, Hipólito, é convertido em santo. Mesmo divindades abstratas não escapam do contágio: a Felicidade Pública ganha uma identidade humana, para ser santificada como Santa Felícia.
O Dia de Todos os Santos (1º de novembro) substituiu a festa do Novo Ano Céltico ou Samhain. A própria Igreja engajou seus sacerdotes nesse compromisso com as crenças populares: antigos santuários e locais de sepultamento convertem-se em igrejas e cemitérios.
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