O Rio de Janeiro precisa ser visitado com tempo, pois existe lugares inusitados para serem apreciados. Em uma de minhas visitas à cidade maravilhosa, fui levada por meu amor para conhecer a Ilha de Paquetá. Eu voltei outras vezes, entretanto, nunca mais no cemitério.
Nós andamos pela Ilha de charrete, o meio de transporte usado pelos turistas, e para minha surpresa ele me disse: "vamos conhecer um cemitério diferente". O local em questão é o cemitério dos pássaros, o único do Brasil, situado na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro.
Nunca gostei de cemitérios, mas de pássaros jamais tinha ouvido dizer que existia. Com 24 pequenas covas, que possuem aproximadamente o tamanho de uma
caixa de sapatos, o espaço parece uma reprodução em miniatura do
cemitério humano que fica ao lado.
Nos sentamos em um banco de pedra e ficamos ouvindo o cantar dos pássaros nas copas das árvores.Nós ficamos alguns minutos emudecidos e depois começamos a conversar em voz baixa para não perturbar os mortos!
O cemitério de pássaros foi concebido por Pedro Bruno e Augusto Silva,
dois artistas plásticos nascidos em Paquetá, ilha localizada na Baía de
Guanabara. A data de criação do espaço ninguém sabe ao certo, mas, desde
a década de 60, ele é cuidado pelo aposentado Theóphilo de Souza, de 90
anos.
No cemitério havia estátuas de pássaros e versos escritos num mural com trechos de poemas brasileiros que falam
sobre aves. “A canção do exílio”, de Gonçalves Dias, é um deles.
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