As ruas estreitas e casarões do Centro de Cuiabá guardam histórias e lendas que a
maioria dos cuiabanos "não acredita, nem duvida". Muitos desses "causos"
estão registrados na memória do cuiabano Aníbal Alencastro, de 70 anos,
que é professor e descendente de Antônio Pedro Alencastro, governador
da Província de Mato Grosso no século 18.
" Entre as lendas estão as de assombração, como a do estudante de direito
que conheceu uma bela moça em um baile de carnaval no antigo Clube
Feminino de Cuiabá, na Rua Barão de Melgaço, centro da cidade, onde hoje
abriga a Secretaria de Cultura do município. "A moça era linda e usava
máscara. Quando deu meia-noite ela quis ir embora e falou para o rapaz.
Estava chovendo e ele falou que a levaria em casa. Ele então pegou a
capa de chuva dele e a cobriu. Eles saíram em um táxi, que na época era
chamado carro de praça", relatou.
Segundo o historiador, o jovem era de família tradicional da cidade e
estudava no Rio de Janeiro. Nessa época, no entanto, passava as férias
na capital. "Quando o carro passou na frente do Cemitério Nossa Senhora
da Piedade, ela pediu para parar porque era ali que morava. A moça
entrou no cemitério à noite e deixou o rapaz confuso. Sem se conformar
com a história, ele procurou o taxista no dia seguinte e pediu que fosse
com ele até o cemitério de novo para que pudesse verificar o ocorrido.
Lá o estudante conversou com o zelador que procurou o nome da jovem,
Teodora, e encontrou em um livro de mortos. Ela já tinha morrido há
cinco anos. O jovem pediu para ver o túmulo dela e então viu a foto da
moça com quem ele tinha dançado na noite anterior. A capa de chuva que
ele tinha emprestado estava em cima do túmulo", relatou.
Existem diversos casarões e lugares antigos conhecidos
tradicionalmente por serem mal-assombrados.
Ainda há, nos dias de hoje,
gente que escuta vozes e passos no prédio da Prefeitura de Cuiabá. Em um
dos departamentos teria sido o Dops (Departamento de Ordem Política e
Social) onde várias mortes ocorreram.
Pessoas relatam que ao passarem à
noite pela antiga casa da professora Ana Maria do Couto, conhecida como
May do Couto, no Centro de Cuiabá, gritos podem ser ouvidos. Uma das
explicações populares é que ela tinha câncer e acabou morrendo na
própria residência. Ao passar em frente da casa, as pessoas acabam
escutando gritos de dor e gemidos da May Couto, motivados pela doença…"
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