domingo, 16 de novembro de 2014

Praça da República

A praça da República tem "sabor" de minha infância, pois eu estudei na antiga Escola Modelo Barão de Melgaço, prédio do Museu de História, e depois no Palácio da Instrução da 1ª a 4ª série.

Eu chegava cedo e sentava num banco da praça aguardando o horário de entrar na escola; o homem que vendia no tabuleiro o pirulito, pixé e a "queimada" também já estava lá. O homem com a "boleira" cheia de pão mandi, pastel e cacau; o pipoqueiro com o avental branquinho e o carrinho de picolé de groselha...

Em dias de "sabatina", prova,  a gente pegava  um galhinho de tuia para dar sorte. Criança bem educada e comportada não ficava correndo na praça, pois a professora não gostava de criança suada, fedida e descabelada... E quando a aula terminava a gente ia direto para casa, senão apanhava de cinto ou chinelo.

De acordo com a historiadora Leilla B. de Lacerda "na Praça da República, conhecida nos tempos Colonial e Imperial como Largo da Matriz, ou Praça da Sé, existia  um cruzeiro encerrado no interior de um pequeno gradil,  retirado em nome da modernidade, para dar lugar a um moderno Jardim art noveau."

Foi nesta praça, chamada nos primórdios de Largo da Matriz, que aconteceram alguns dos principais eventos religiosos, políticos e culturais da capital. Segundo o Profº Drº Carlos Rosa, "esta praça sempre foi o coração da cidade, já que, em seu entorno, ficava o chamado quadrilátero do poder.
 

Naquele ponto foram concentrados a Igreja, a Cadeia Pública, a Casa do Ouvidor e o Senado da Câmara. Era o núcleo da cidade, onde tudo o que era realmente importante acontecia. Esta força simbólica permanece até hoje, mesmo com a mudança do centro de poder para o CPA. Basta ver que as grandes manifestações populares começam ali”.


Segundo o engenheiro Cássio Veiga de Sá nos anos 40 "havia também o jardim da praça da República, não tão bem cuidado quanto o da praça Alencastro (...) a praça da República tinha afluência de populares aos domingos e às nove horas cessava o movimento."
O poeta e compositor Moisés Martins diz "cercada hoje de grandes árvores, a praça possui uma escultura que simboliza a Justiça, com seus olhos vendados. Já tendo passado por várias reformas, hoje com seus postes e esculturas, esse cantinho cuiabano confirma uma preferência que remonta aos tempos do império. A tão famosa praça também é conhecida como a sede de alguns dos principais eventos religiosos, políticos e culturais da capital.
 
Nos lados opostos da praça estão as Estátuas das 4 Estações que foram colocadas após a reconstrução do novo prédio da catedral para representar um período de modernidade.
 Na mesma praça está a estátua da Justiça feita pelo escultor Jonas Corrêa, em que evidencia a falta de compromisso com as crianças, e o desrespeito às minorias."


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