"O fóssil de um jabuti gigante que viveu na Amazônia há cerca de 8
milhões de anos e que foi reconstituído por cientistas da Universidade
Federal do Acre (Ufac) pode ser de uma espécie ainda desconhecida pela
ciência. Essa é a tese defendida pelo doutor em zoologia e paleontólogo
da Ufac, Edson Guilherme.
"Por enquanto, ele [o fóssil] só possui um gênero, Chelonoidis, mas não
possui espécie ainda. Provavelmente deve ser uma espécie nova para a
ciência que vai depender de mais estudos para ser descoberta", explica.
Ainda segundo o pesquisador, é possível que o fóssil do jabuti gigante
tenha parentesco com as tartarugas gigantes de Galápagos, um arquipélago
formado por 13 ilhas a 1.000 km da costa do Equador, surgido há
aproximadamente 5 milhões de anos e que, por sua biodiversidade,
inspirou o naturalista inglês Charles Darwin a escrever seu livro "A
Origem das Espécies. Guilherme conta que esteve em fevereiro de 2015 na
região e se surpreendeu com a semelhança.
É impressionante como a carapaça dos bichos que existem em Galápagos são
parecidas com a do fóssil", explica, ressaltando ainda que o mesmo não
ocorre quando se compara o jabuti gigante com os atuais jabutis que
vivem na região. "São completamente diferentes", afirma.
Para o pesquisador, se comprovada a relação entre os dois animais, novas questões devem surgir.
"Umas das perguntas é sobre as mudanças climáticas que ocorreram e
fizeram com que os animais gigantes da Amazônia fossem extintos e os de
lá não. Como eles chegaram lá? Boiando no mar? Presos em balseiros
levados pelo rio até o mar?", questiona.
O pesquisador enfatiza ainda que a descoberta pode colocar a
Universidade Federal do Acre em evidência, por ter um exemplar do
animal. "Imagine ter dentro da Ufac um elo de ligação da Amazônia com as
ilhas Galápagos, um local icônico graças ao trabalho de Darwin",
enfatiza."(G1.com)
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