quarta-feira, 6 de julho de 2016

A Brasileira que Salvou Judeus do Holocausto

 Pouca gente já ouviu falar de Aracy Carvalho Guimarães Rosa, a mulher que salvou muitos judeus de morrer nos campos de concentração nazistas. Ela era fluente em alemão, francês e inglês, conseguiu emprego no consulado brasileiro em Hamburgo, onde logo se tornou responsável pelo setor de vistos.

Chamada de “Anjo de Hamburgo”, Aracy é a única mulher citada no Museu do Holocausto, em Israel, entre os 18 diplomatas que salvaram judeus da morte – o embaixador Luiz de Souza Dantas também mereceu a honraria. Em 1982, ela foi reconhecida como “Justa entre as Nações”, um título dado pelo governo israelense a pessoas que correram riscos para ajudar judeus perseguidos.

 Existe um  documentário “Esse Viver Ninguém Me Tira”, dirigido por Caco Ciocler, busca reconstituir o período vivido por Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa em Hamburgo, Alemanha, no final da década de 1930 e início de 1940. E por incrível que pareça é pouco conhecido entre os professores e estudantes brasileiros.


"A brasileira Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, segunda esposa do escritor Guimarães Rosa, não podia ficar de fora desta lista. Aracy foi muito além dos deveres como uma funcionária que trabalhava no departamento de vistos na embaixada brasileira em Hamburgo, na Alemanha.

Ela usou sua posição como chefe da Seção de Passaportes – e contrariou ordens – para conceder vistos a judeus entre os anos de 1938 até 1942, quando o Brasil se juntou aos Aliados. O chamado Anjo de Hamburgo não só fornecia vistos, como também ajudava os refugiados financeiramente e com suprimentos para a viagem ao Brasil comprados com o dinheiro de seu próprio bolso. Ela ainda abrigava alguns deles.

Em 1938, entrou em vigor no Brasil a Circular Secreta 1.127, que restringia a entrada de judeus no país. Aracy ignorou a ordem oficial e continuou preparando vistos para judeus, permitindo a entrada deles por aqui. Como despachava documentos com o Cônsul Geral, a paranaense colocava os vistos entre a papelada para ser assinada. Para obter a aprovação dos vistos, Aracy simplesmente deixava de por neles a letra J, que identificava quem era judeu.

Nessa época, Guimarães Rosa era Cônsul Adjunto e eles ainda não eram casados. Ele soube do que ela fazia e apoiou sua atitude, com o que Aracy intensificou aquele trabalho, livrando muitos judeus da prisão e da morte. O “anjo” viveu até os 102 anos de idade, e faleceu apenas em 2011. Certamente podemos dizer que ela mereceu estes anos extras."(hypescience.com)

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