Alguns filmes são considerados atemporal e “A História Oficial”, que foi a primeira produção
argentina a conquistar um Oscar de melhor filme estrangeiro, além de
cravar uma indicação à melhor roteiro original na mesma premiação. E não
só. A obra levou diversos outros prêmios, incluindo em festivais como
Cannes e Berlim.
Neste Bimestre, os alunos apresentaram os Seminários sobre as Ditaduras na Argentina, Brasil e Chile e quanto mais conhecimento sobre os chamados "anos de chumbo" melhor.
Para quem desconhece os horrores que a população da Argentina vivenciou nos anos de 1976 a 1983 eu recomendo esta película incrivelmente perturbadora...
"A História Oficial, um filme que, sim, muito pode nos ensinar
sobre sua história; com ele, sim, pode-se traçar paralelos entre nossas
trajetórias, sob o julgo de ditaduras, para além de anedóticas disputas
sobre hegemonia cultural.
Importa, então, tratá-lo como uma das obras mais conhecidas e vistas dos
anos de 1980, tanto quanto uma das que mais suscita curiosidade, por
conta de sua fortuna crítica e concomitante alheamento de seu diretor.
A História Oficial
é uma película cujas circunstâncias de momento – o contexto histórico e
político – são determinantes para se entender o porquê de sua premiação
e recepção crítica internacional. Exibido dois anos após o fim da
ditadura militar argentina (1976-1983), trata de tema indigesto no
processo de transição para a democracia: o sequestro de bebês de
militantes políticos nos CCD (Centros Clandestinos de Detenção) e
posterior adoção por famílias de classe média e elite civil que davam
sustentação ao regime.
É nessa Argentina que vive o casal Roberto e Alícia Ibáñez – ela, não
por acaso, professora de História. Na base do processo institucional que
se cristaliza com o golpe militar, o forte teor conservador e a
oficialização de diretrizes de ensino.
No caso de História, a orientação
para apagar da memória coletiva a possibilidade de julgamento positivo
de lideranças sindicais, partidos ou instituições legadas pelo
peronismo: ou ligadas a movimentos de esquerda alinhados com a revolução
cubana (como traço característico do tom alegórico da narrativa, na
apresentação aos alunos, Alícia diz que “nenhum povo sobrevive sem
memória: a História é a memória dos povos”). Com o “Processo de
Reorganização Nacional”, a história a ser contada nas escolas é a
história oficial, como impressa nos livros didáticos".( www.cinequanon.art.br)
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