Eu já postei que entrei na UFMT em 10/3/1985, os "anos de chumbo" já tinham passado, entretanto, ainda pairava no ar o receio de assistir alguns filmes ou ler determinados livros. Quando o livro "Brasil nunca Mais" foi lançado, uma colega comprou e de forma bem discreta todos nós lemos. Eu nunca o adquiri para não perder a magia da leitura proibida...
"O livro “Brasil Nunca Mais” já em sua 40ª edição
completa 30 anos desde que foi lançado. Mas, três décadas após o seu
lançamento ainda não podemos dizer “nunca mais” para a tortura e
violência do Estado. As práticas de violações dos direitos humanos, por
agentes do Estado continuam.
O “Brasil: Nunca Mais” foi a primeira publicação a
denunciar a tortura do Estado, durante a ditadura militar, com base em
documentos oficiais. Lançado em julho de 1985, o livro chegou às
livrarias, sem qualquer anúncio. Em duas semanas ele conquistou o topo
das listas de mais vendidos.
Um de seus principais objetivos foi preservar a memória do que
ocorreu durante a ditadura. E assim tentar garantir que a tortura e o
desrespeito aos direitos humanos nunca mais acontecessem. isso, porém,
jamais se conquistou.
Até hoje 30 anos depois, continuam ignorados os
destinos de muitos que foram presos, uma vez que nenhum dos governos
democráticos foi capaz de fazer os militares revelarem o que sabem a
respeito. Da mesma forma, o alerta dado pelo “Brasil Nunca Mais” não impediu que a prática de torturas fosse assimilada por policiais em todo o país.
A elaboração do livro foi audaciosa e corajosa. Em 1979, com os
primeiros passos rumo à redemocratização, alguns advogados decidiram
agir para que os documentos produzidos pelos militares não fossem
destruídos ou queimados – prática comum em cenários de redemocratização.
A ideia partiu da advogada Eny Moreira, cujo trabalho na defesa de
presos políticos começou com um dos principais criminalistas que o
Brasil conheceu: Sobral Pinto."(marceloauler.com.br)
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