Um "furo" de reportagem acontece sem aviso prévio e estar presente deve ser a maior emoção da vida para o jornalista que participa desse momento único. O mesmo aconteceu com a jovem Clare quando avistou os tanques nazistas na Polônia e escreveu sua reportagem. E o melhor foi ela ter ajudado milhares de pessoas a serem salvas. Longa longa à Clare!.
"Clare Hollingworth, a correspondente de guerra que foi a primeira
jornalista a noticiar a invasão da Polônia pelas tropas alemãs em 1939,
morreu nesta terça-feira (10/1) em Hong Kong, aos 105 anos. A sua morte
foi confirmada por um sobrinho-neto, autor de uma biografia sobre a
jornalista.
Nascida em Leicester em 1911, Hollingworth era ainda uma "foca" recém-contratada pelo jornal Daily Telegraph quando
viajou à Polônia no final de agosto de 1939. Ao percorrer a fronteira
do país com a Alemanha, notou a presença de milhares de tropas alemãs
que aguardavam a ordem de invasão.
Ela publicou a notícia no dia
28 de agosto com o título "Mil tanques concentrados na fronteira
polonesa. Dez divisões prontas para ataque imediato". O artigo saiu sem
assinatura, como era o padrão da época. Segundo o jornal The Guardian, a reportagem foi um dos maiores "furos" do século 20.
No
dia 1 de setembro, as tropas alemãs invadiram a Polônia sob as ordens
do ditador Adolf Hitler, evento que desencadearia a Segunda Guerra
Mundial. Hollingworth também presenciou a invasão de fato ao ser
acordada pelas bombas lançadas na cidade polonesa de Katowice. Sua
matéria sobre o início oficial do conflito apareceu nas páginas do Telegraph no dia seguinte.
Ela passaria o resto da guerra reportando de frontes como o leste europeu e o norte da África.
No início de 1939, quando ainda não trabalhava para Daily Telegraph,
Hollingworth ajudou milhares de refugiados que fugiam da perseguição
nazista na região dos Sudetos, área da Tchecoslováquia que havia sido
anexada pela Alemanha no ano anterior.
Na posição de funcionária
de uma organização pacifista que atuava na Polônia, ela auxiliou os
refugiados a obter documentos de viagem que permitiam que eles fugissem
para o país. Ela reportou o drama dos refugiados para pequenos
periódicos da Inglaterra. Ao ler as histórias, os editores do Telegraph convidaram Hollingworth a fazer parte do quadro de jornalistas da publicação."(www.dw.com/pt-br)
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