Eu estou trabalhando com meus alunos do Ensino Médio, através dos Seminários, o Imperialismo na África e na Ásia. E é incrível quando menciono as HQs do Tarzan e do Fantasma; o Tarzan é conhecido por todos, entretanto, O Fantasma a maioria nunca ouviu falar e sequer conhece as HQs; e muito menos o filme de 1996 que mesmo sendo bastante criticado tem-se uma noção de quem seja o mascarado de 81 anos.
Em 20 de fevereiro ele completou 81 anos e passou "batido", a não ser pelos fãs como eu e mais alguns espalhados pelo Brasil. É claro que nem todos conseguem "ver" a presença do Império Britânico ou como a África era "protegida" das outras Nações europeias, e mesmo depois de saber disso dá mais vontade de ler as HQs. E uma HQ do Fantasma hoje em dia custa uma notaaaaa...
Felipe Torres do Diário de Pernambuco fez uma matéria homenageando O Fantasma, que irei postar aqui alguns trechos...
"Dois anos antes do surgimento do Super-Homem, três antes do Batman, quatro antes do Capitão América, estreava nos jornais do mundo a tirinha de um herói fundamental para a estética dos quadrinhos modernos. Criado há exatos 81 anos, em fevereiro de 1936, o Fantasma pode até não ter alcançado a popularidades dos três anteriores. Por outro lado, ditou tendências. Foi o primeiro a adotar traje colante e máscara, dois pré-requisitos dos paladinos da justiça.
Para chegar ao conceito do “espírito que anda”, o norte-americano Lee Falk (também inventor do personagem Mandrake) combinou histórias de cavalaria, contos de fada e poesia épica. Embora o Fantasma pareça esquecido, hoje, em meio à profusão de combatentes do crime, suas tirinhas são publicadas em mais de 500 jornais, de 40 países. Enquanto o Brasil praticamente o escanteou, nações como a Austrália ainda consomem avidamente as narrativas (por lá, o gibi do herói superou a marca dos 1700 números publicados).
Na história de pano de fundo, o personagem é conhecido como “o homem que não pode morrer” não por ser imortal, mas pelo fato de os atos heroicos serem passados adiante a cada geração. Há, portanto, não um, mas vários Fantasmas. O primeiro deles teria surgido em 1536, quando o pai do marinheiro britânico Christopher Walker foi morto em um ataque de piratas.
O impulso de vingança o levou a caçar os assassinos e a dar início ao legado do herói. Sem superpoderes, o Fantasma confia na combinação entre força e inteligência para lutar contra o mal, estratégia semelhante à adotada por figuras fictícias surgidas posteriormente, como James Bond (de Ian Fleming, em 1953) e Jason Bourne (de Robert Ludlum, em 1980). As aventuras são ambientadas na fictícia Bengala, um território africano.
Para o editor-chefe do portal Universo HQ, Sidney Gusman, considerado um dos maiores especialistas em quadrinhos no Brasil e autor de livros como 100 respostas sobre super-heróis, o Fantasma perdeu espaço por se tratar de um personagem isolado.
“Ele foi engolido pelos super-heróis por não ter um universo em torno [como a Liga da Justiça e Os Vingadores]. O Batman, por exemplo, também não tem poderes, mas pertence a um universo. Já o Fantasma faz parte de um mundo fantástico, cheio de mistérios, então os leitores das novas gerações deixaram de falar com ele, de se identificar. É uma pena ter deixado de ser publicado no Brasil e nos Estados Unidos (o berço dele), pois o personagem é incrível”.(www.diariodepernambuco.com.br/)
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