segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Tem Índio no Mestrado em Antropologia na UFMT

O Jornal A Gazeta de ontem, 20/8/2017, trouxe uma reportagem do Zine sobre a trajetória do índio da etnia Boe Bororo Adriano Boro Makuda, 32 anos, que está concluindo o Mestrado em Antropologia na UFMT.  

Ele possui uma história fascinante de superação e paixão pelos estudos, que infelizmente grande maioria de nossos alunos não possuem.!  Ele passou necessidade, sofreu preconceitos, teve que se acostumar com a vida na cidade grande e hoje é o orgulho de sua Etnia.

Como estudante de Direito sofreu pressão por parte dos professores e disse " eu não tive nenhuma reprovação,  não tive dificuldade, mas eu estudava bastante. É um curso que exige muita leitura. Um fator que contribuiu bastante para que a gente acompanhasse o curso foi a leitura, gostar de ler."

Sobre o Mestrado ele diz " eu estou fazendo Antropologia para poder adquirir todo esse arcabouço de conhecimento para poder nos defender da maneira mais concreta, com embasamento teórico e prático".

Encontrei uma notícia de sua formação em direito. Então, resolvi postar aqui para reflexão...

"Estudante indígena, Adriano Boro Makuda, da etnia bororo, aldeia Merure, situada no município de General Carneiro (MT), apresentou o trabalho de conclusão do curso (TCC), da Faculdade de Direito, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Com o tema “A geração de energia hidrelétrica no Rio Garça e seus impactos sobre o povo Bóe (Bororo),” o estudante recebeu nota máxima da banca examinadora.

Adriano Boro, 30 anos, fala a língua do povo indígena bororo. Ele ingressou no curso de Direito da UFMT, por meio do Programa de Inclusão Indígena (Proind) Guerreiros da Caneta, ligado à Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Prae). Foi bolsista do Programa de Iniciação Científica Ação Afirmativa (Pibic– AF/CNPq), durante quatro anos, desenvolvendo pesquisa no diálogo entre o Direito e a Antropologia.

O Proind é um programa de ação afirmativa, criado em por meio da resolução nº 82, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), de 2007, com a finalidade de promover o acesso ao ensino superior a estudantes indígenas das diferentes etnias do Estado de Mato Grosso, em vários cursos de graduação/bacharelado da UFMT.

“O programa é muito importante e contribui para o acesso e permanência de todos os estudantes indígenas que estão aqui. Tenho um respeito muito grande pelo Proind e por toda equipe que o compõe”, declarou Adriano Boro.

O estudante também falou sobre a importância de um indígena se formar em Direito. “Foi um processo de conhecimento, de poder estar nesse mundo acadêmico e conhecer os direitos que nós, povos indígenas, temos e também aprender a valorizar ainda mais a minha cultura,” frisou."(Ufmt/noticias).

Nenhum comentário:

Postar um comentário