segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O Diário do Conde D'Eu, Livro

Está chovendo finalmenteeeeeee, e já faz horas... É a estação das chuva que veio para nossa alegria e tristeza: alegria porque o tempo vai ficar fresco e livre da fumaça e tristeza porque vamos ficar molhados e os cabelos armados até o outono de 2018.

A História sempre tem novidades e no mês de setembro saiu um livro novo sobre o Conde Gastão de Orléans ou Conde D'Eu. Quanto mais soubermos sobre a História do Brasil, melhor para formar um arcabouço teórico e intelectual.
"A reputação de Gastão de Orléans (1842-1922), o Conde d’Eu, não foi positiva enquanto viveu e não mudou depois de morrer — em um navio, quando voltava para o Rio de Janeiro para tratar do patrimônio da destituída família real. Em seu tempo, o Príncipe Consorte do Brasil, marido da Princesa Isabel, era visto pelo gabinete conservador de dom Pedro II como liberal,enquanto os abolicionistas tinham restrições a ele por ser estrangeiro e católico. 

Francês, nascido no castelo da família em Neuilly sur Seine, Gastão procurava se posicionar muito acima dos partidos e assim evitar a polarização nos debates políticos. A distância o fez cair do alto direto para o esquecimento e ganhar a imagem póstuma de um conde partido ao meio, personagem impotente, incapaz de manter a coroa. Como não bastasse, sofreu campanhas de difamação quando marechal de campo das tropas da Tríplice Aliança nos último meses da Guerra do Paraguai (1864-1870). Dizia-se que havia ordenado a degola de chefes militares paraguaios e ordenado que os soldados executassem crianças e mulheres nas últimas escaramuças organizadas pelo presidente paraguaio deposto Solano Lopes.

A publicação em livro do “Diário do Conde d’Eu — comandante em chefe das tropas brasileiras em operação na República do Paraguai” (editora Paz & Terra) altera as ideias imprecisas sobre o personagem. Segundo o historiador Rodrigo Goyena Soares, que organizou, traduziu e anotou o diário, sua personalidade é mais complexa do que a retratada na história do Brasil. O caderno de capa dura vermelha que Gastão manteve no Paraguai — entre outros diários que estão depositados no Museu Imperial de Petrópolis — revela inteligência, sensibilidade e tino político.

“O conde d’Eu era humanista e liberal”, diz Soares. “Ele se preocupava com a organização do exército e as condições da população paraguaia rendida. Os episódios de que ele foi acusado ocorreram a sua revelia. Ele se indignava com as atitudes bárbaras dos militares. E teve um papel relevante na política, pois favoreceu a abolição da escravatura e a politização do exército na volta da Guerra do Paraguai. Foi nesse momento que os militares entraram na luta política e se associaram à nascente classe média — uma união que persiste até hoje.”

Gastão defendia a monarquia constitucional, o fim da escravidão e o desenvolvimento da economia. Influenciou Isabel em seus decretos liberais, como a Abolição da Escravatura, em 1888. Sonhava em instaurar um Terceiro Império ultraliberal com a coroação de Isabel. Mas seus sonhos se espatifaram: acabou excluído por todas as facções partidárias da época e expulso do país — como toda a família real — pelos militares republicanos que havia apoiado. “É preciso redimir o papel histórico do desprezado Príncipe Consorte do Brasil”, afirma Soares."(Istoe.com.br).

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