Sempre que eu trabalho o Imperialismo na África, gosto de mencionar as HQs do Tarzan para utilizar como referência à chegada dos ingleses ao Continente Africano. E por incrível que pareça são poucos os alunos, que conseguem perceber as relações entre o Imperialismo do Séc. XIX e o personagem fictício chamado de Tarzan.
Para aguçar o senso crítico eu recomendo o filme A Lenda de Tarzan de 2016, onde é mostrado o político e escritor americano George Washington Williams, que realmente esteve no Congo e voltou escandalizado com as atrocidades praticadas contra a população local.
"Em uma Londres sombria e gelada, o político e escritor americano George Washington Williams aborda John Clayton III, também conhecido como Tarzan, para convencê-lo a aceitar o convite do rei Leopoldo II da Bélgica para ir ao Congo Belga. É assim que começa a grande aventura que move o enredo de A Lenda de Tarzan.
Nem tudo o que se passa na tela é ficção. George Washington Williams, no filme interpretado por Samuel L. Jackson, de fato existiu e foi essencial para expor a forma brutal como a coroa belga explorou o Congo no fim do século 19. Ele ouviu rumores de que o rei Leopoldo II estava empregando um exército particular para explorar o Congo, escravizando e, muitas vezes, matando as tribos locais. Williams foi pessoalmente ao local para investigar e descobriu que os boatos eram verdadeiros.
No novo longa de David Yates (diretor de Harry Potter e as Relíquias da Morte partes 1 e 2), a missão de Williams é utilizada como motivação para que Tarzan, há oito anos na Inglaterra, volte ao continente africano, onde nasceu e cresceu. “Já vimos vários filmes do Tarzan e a maioria deles envolve alguma pedra preciosa sendo roubada ou algo do tipo”, aponta Samuel L. Jackson em entrevista à GALILEU. “A história sobre a forma que a coroa belga tratava o Congo dá respaldo ao que se passa no filme.”
Em A Lenda de Tarzan, George Washington Williams acompanha Tarzan em sua jornada ao Congo e encara todas as surpresas que o esperam lá. Mas a experiência de ser um dos primeiros americanos negros a irem à região mexe com Williams. “Tive que pensar em como seria para George se relacionar com as pessoas que conhece na África, em especial as que se parecem com ele. Fiquei pensando sobre como ele se sentiria ao ver negros, que podiam muito bem ser ele, sendo escravizados”, explica Jackson.
A Lenda de Tarzan representa a brutalidade da exploração europeia no continente africano, ao mesmo tempo que relembra ao público o motivo de Tarzan e Jane, interpretados por Alexander Skarsgård e Margot Robbie, serem alguns dos personagens mais queridos do cinema.
O filme diverte, emociona e ao mesmo tempo relembra importantes eventos históricos. “Espero que o filme faça com que as pessoas prestem mais atenção aos detalhes do que aconteceu historicamente naquele país e porque ele é o que é agora”, finaliza Jackson."(revistagalileu.globo.com)
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