Para uma leitora voraz de HQs como eu, é um anátema saber que meus alunos não conseguem enxergar algumas referências em filmes de super heróis, séries ou livros. E quando algum consegue identificar eu penso: ainda há esperanças para eles...
Já postei sobre a minha indignação ao descobrir que eles não foram capazes de perceber apenas uma referência no filme Pantera Negra e as guerreiras de Wakanda/Daomé, bem decidi falar sobre o filme da Mulher Maravilha e sua presença na 1ª Guerra Mundial, pois nem todos conseguiram ver a referência. Eu sei que nem todos gostam de ler, mas estamos vivendo a "4ª Revolução Industrial" isso é um absurdo e dos mais apavorantes!.
Todos sabemos que a mitológica amazona grega Diana, apareceu nas HQs da DC pela primeira vez na edição 8 da série All-Star
Comics, em outubro de 1941, estampando uma capa em janeiro de 1942, já
pelo título Sensation Comics e sob o traço de Harry G. Peter. Ela é uma
das fundadoras da Sociedade da Justiça da América, primeiro time de
super-heróis dos quadrinhos.
Então, o filme que foi um estrondoso sucesso em 2017, apresenta a guerreira lutando na 1ª Guerra Mundial e a justificativa da diretora Patty Jenkins para a alteração foi fabulosa:
“Estamos hoje em um mundo
muito semelhante a Primeira Guerra Mundial, com o nacionalismo e como
isso levaria muito pouco para iniciar um conflito global. É a primeira
vez que realizamos uma guerra automatizada. A metralhadora era uma nova
invenção. O gás foi usado pela primeira vez. Novos horrores foram
desencadeados todos os dias."
E o legal foi ter colocado um vilão alemão que de fato existiu e participou da 1ª Guerra Mundial... Só aí já temos referências que não podem ser ignoradas. Os alunos me olham assustados tipo: "como é que ela sabe de tudo isso", lendo é claroooooo.
"O vilão do filme, General Ludendorff, realmente existiu. O arqui-inimigo da heroína foi inspirado em um general do Império Alemão, Erich Ludendorff que, como na ficção, teve papel de destaque durante a 1ª Guerra Mundial.
Nascido em 1865 na cidade de Poznan, em território que atualmente compreende a Polônia, o verdadeiro Ludendorff foi um dos principais estrategistas do Exército Alemão no início do século 20. Trabalhando ao lado de Paul von Hinderbug, comandante militar do Império Alemão durante a Primeira Guerra Mundial, o general teve papel importante em vitórias do conflito mundial, lutando na frente oriental, contra o Império Russo.
Assim como na ficção, Ludendorff se manifestou contra a rendição alemã nos últimos momentos da guerra. Após negociar uma paz com os russos, que viviam a Revolução Bolchevique, o general propôs uma grande mobilização na frente ocidental e se recusou a aceitar os tratados para o fim das hostilidades. Ao ser pressionado pelas lideranças alemãs a aceitar o final do conflito, se demitiu.
Obviamente, Lundendorff não contava com os poderes apresentados em Mulher-Maravilha, mas não deixou de ter o seu lado de vilão: após a derrota do Império Alemão na guerra, o general viveu um breve exílio na Suécia, onde buscou explicações para entender como o invencível exército alemão fracassou no conflito. Suas ideias nacionalistas se juntaram ao movimento que surgia na cidade de Munique e daria sustentação à criação do Partido Nazista: em 1923, ele participou da tentativa frustrada de golpe de Estado liderado por Adolf Hitler.
Membro do Parlamento Alemão eleito pelo Partido Nazista, Lunderdoff concorreu à presidência alemã em 1925, mas saiu derrotado. Após desavenças com Hitler, abandonou a vida política e morreu em 1937 aos 72 anos de idade."(https://revistagalileu.globo.com)
Nenhum comentário:
Postar um comentário