Getúlio Vargas continua sendo a figura mais emblemática da História do Brasil. Quanto mais estudamos sobre ele menos sabemos e o filme de 2014, mesmo trazendo um visual impecável, ainda deixa muitas dúvidas. O filme é sobre os últimos dezenove dias antes do suicídio em 24 de agosto de 1954.
Getúlio pode ter sido rodado em sete semanas, entre os meses de junho e julho de 2014, mas foram necessários sete anos para que o longa-metragem saísse do papel e chegasse às telas.
"Pesquisa
Jardim conta que o roteiro do filme, que teve pelo menos 20 revisões, foi resultado de um “exaustivo” trabalho de pesquisa. Além da leitura de vários livros, muitos deles publicados à época do suicídio, especial atenção foi dada a artigos de jornal, revistas e entrevistas com pessoas que participaram daqueles eventos de agosto de 1954, muitos deles reunidos no acervo da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. “Foi um período longo, mais de dois anos. Com certeza a leitura mais relevante foram os dois diários escritos por Getúlio entre 1930 e 1942. Ali Getúlio revela sua alma, sua forma de pensar.”
O primeiro tratamento do roteiro nasceu de uma decupagem jornalística feita pela corroteirista Teresa Frota, na qual ela organizou os acontecimentos mais relevantes daqueles 19 dias, e que conduziram ao desfecho trágico. Em seguida, George Moura (roteirista do filme Linha de Passe e da minissérie Amores Roubados) se juntou ao projeto, leu os mesmos livros e entrevistas, e apontou novos caminhos dramáticos para uma história que deveria funcionar como dramaturgia cinematográfica. “O filme não poderia se sustentar apenas na fidelidade histórica. Tinha de funcionar como narrativa.”
Boa parte das cenas de Getúlio foi rodada nas locações onde os fatos realmente ocorreram e o acesso ao Palácio do Catete, então residência presidencial e sede do governo, foi liberado. “Foi muito importante ter filmado ali, onde as coisas aconteceram. Trouxe emoção. Até fizemos uma réplica da arma com a qual Getúlio se matou, uma Colt 32, mas acabamos conseguindo permissão para usar a original. A reprodução da cena da morte é fidedigna, foi rodada no quarto dele, na cama onde ele dormia, sobre o mesmo colchão”, diz Jardim.
Grande parte do mobiliário original do hoje Museu da República foi utilizada, exceto uma peça ou outra, como as cadeiras, que já não suportam o peso do tempo, e tiveram de ser reproduzidas"(www.gazetadopovo.com.br)
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