O domingão tem um sol entre nuvens, mas segundo a previsão a chuva pode cair a qualquer momento. Há pouco eu estava lendo o Jornal A Gazeta e deparei-me com duas indicações de livros escritos por jovens brasileiras.
"A Guia" me chamou a atenção por ser uma distopia e sou fã desse tipo de leitura, e uma mineira escreve sua distopia nas Sete Colônias dentro de uma Inglaterra futurista e problemática. A jovem escritora também cursa História na histórica São João Del Rey, então...
"De clássicos literários como "1984", de George Orwell e "Fahrenheit 451", de Ray Bradbury, a contemporâneos como o livro "Ele Está de Volta", de Timur Vermes e a série televisiva "Black Mirror", as distopias são muito populares entre os jovens.
Diferente da utopia, que retrata um universo ideal, a distopia é a representação de um lugar em que se vive sob condições de extrema opressão ou desespero. Geralmente, a distopia é caracterizada pelo totalitarismo e autoritarismo. A maioria dessas histórias é provocante, justamente por sua crítica a um certo tipo de sociedade, geralmente, a que estamos vivendo no momento. Algumas também podem ser consideradas previsões para o futuro. Ou seja, são histórias contadas dentro de uma organização e governo diferentes do nosso, mas não tão distante como imaginamos.
A mineira Évany Cristina Campos, de 21 anos, faz faculdade de História em São João Del Rei (MG) e, em 2017, lançou seu primeiro livro: "A Guia", uma distopia que conta a história de uma Inglaterra futurística. O livro gira em torno de Mariana Holles, uma jovem considerada celebridade em ascensão: ela foi a piloto mais jovem a ganhar o campeonato mundial de corridas e aeronaves. Sua vida muda quando ela e Lionel, seu maior rival, presenciam o desabamento de um prédio. A partir desse momento, os dois passam a ser perseguidos até acordarem em uma parte desconhecida do mundo, as Sete Colônias, e lá precisam cumprir uma missão.
A autora deu uma entrevista sobre o assunto à Folha 2.
Por que você escolheu esse tema para tratar no seu livro?
Na verdade, escrever uma história futurista não era uma coisa que planejava no começo. Tanto que os primeiros projetos que eu tinha estavam mais voltados para romances históricos. No entanto, na época que a ideia do livro "A Guia" surgiu eu andava bem fascinada pelos universos distópicos de "Divergente" e "Jogos Vorazes." Então esse interesse acabou me levando a criar meu próprio mundo fantástico. Acabei por misturar futuro e fantasia. Duas coisas que gosto muito e que resumem bem o que é o planeta Terra que é apresentado no livro.
Por que você escolheu a Inglaterra para ambientar seu livro?
Foi por empatia inicialmente. Apesar da maior parte do livro não se passar na Inglaterra e sim nas Sete Colônias, sempre tive muita vontade de conhecer o país e duas das minhas autoras favoritas são inglesas: Jane Austen e J. K. Rowling.
Suas maiores inspirações são de grandes autores da literatura clássica ou do cinema?
Com certeza J. K. Rowling é minha autora favorita, não só pela obra que é incrível e tem o poder de nos ensinar tanto quanto pela própria história de vida dela. Mas também adoro os romances de Austen e gosto muito de autores da literatura clássica brasileira. Principalmente Machado de Assis e José de Alencar. Também tenho conhecido muitos autores nacionais maravilhosos e muito talentosos.
Quais são os desafios de ser uma jovem mulher escritora, fazendo esse tipo de literatura, no Brasil?
Para mim os desafios de um escritor são os mesmos para todos. Não só para mim que estou começando e que escrevo literatura fantástica, mas até para os grandes nomes. Porque acaba que um autor tem sempre que tentar cativar um leitor que já tem pouco tempo no dia para atividades de lazer e quando ele tem tempo geralmente suas opções mais imediatas são o celular, a televisão e o computador. Fazer com que uma pessoa se apaixone por leitura é difícil quanto ela tem tantas opções do que fazer ao redor dela."
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