sábado, 4 de maio de 2019

O Japão tem um Novo Imperador

Desde 1 de maio, o Japão tem um novo imperador: Naruhito. E por mais incrível que possa parecer na Era da Informação, muitas pessoas não sabiam ou não sabem que o Japão é uma Monarquia Constitucional. Que o Japão foi uma colônia da China e que tem mais de 2.600 anos; que a religião principal é o Xintoísmo; que no trono do Crisântemo só se senta homens; que a nova imperatriz Masako, é invisível na corte porque teve uma menina, a princesa Aiko...

A História da Humanidade é importante, independente de que Civilização estejamos tomando conhecimento. Ainda me lembro quando um aluno ficou pasmo quando eu expliquei que o Japão era um conglomerado de Ilhas.! O "mundo" está dentro da tela de um notebook ou celular e as pessoas continuam analfabetas, e estudar HISTÓRIA faz bem para aumentar nossos conhecimentos mesmo que seja sobre outras Culturas.


 "O Japão amanheceu em uma nova era nesta quarta-feira (1º). Pela primeira vez em 200 anos, um imperador renunciou ao Trono de Crisântemo. O agora imperador emérito Akihito deixou a posição aos 83 anos de idade, sendo 30 comandando a Era Heisei. O filho mais velho, Naruhito, se tornou imperador e deu início a Era Reiwa.

Segundo a tradição japonesa, o começo de uma nova era é como um recomeço para os cidadãos. Por isso, o nome escolhido deve respeitar algumas regras, como ser formado por dois ideogramas que trazem um significado positivo e de esperança para o povo.

A antiga era, Heisei, significava “a paz prevalece em todas as partes”. Reiwa não tem um significado literal para o português, mas os ideogramas podem ser interpretados como “agradável”, “ordem”, “harmonia” ou “paz”. Esta é a 251ª Era na história do Japão.

O nome da nova era foge da tradição e não tem referência na literatura chinesa, de onde o império tem origem. O nome Reiwa usou como inspiração uma coletânea clássica da poesia japonesa, a Manyoshu, do século 8.

“Essa é a primeira vez que se usa um termo procedente de textos japoneses e não chineses”, contou o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, na coletiva de imprensa realizada para divulgar o nome Reiwa, no dia 1 de abril.

“O nome dessa nova era foi muito discutido entre estudiosos, que interpretaram isso como uma independência e uma libertação da cultura chinesa”, explica Hidemitsu Miyamura, estudioso da história e cultura do Japão e membro da Associação Nipo-brasileira de Letras e Artes.

O nome não é escolhido pelo novo imperador e nem pelo antecessor, mas sim pelo governo japonês. Uma equipe de intelectuais é responsável por discutir e votar a decisão do nome da nova era.

A figura do imperador ainda é muito importante no Japão. Até o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, o imperador tomava decisões políticas e comandava o país. Agora, o imperador não pode mais influenciar a vida política e o Japão é governado pelo primeiro-ministro, Shinzo Abe.

“A figura do imperador é muito diferente do que foi no passado. Agora, o papel do imperador é ser uma figura simbólica, mas antes ele era visto como uma figura divina na mitologia antiga. Ele não tem mais voz dentro do governo, mas ainda é a figura principal do xintoísmo [principal religião no Japão]”, explica Miyamura.
 

 O Imperador Akihito pediu para deixar o trono em 2016, alegando que a idade avançada o incapacitava de manter seu papel como símbolo da nação e da unidade do povo. Porém, a lei da Casa Imperial japonesa não permite que um imperador abandone o trono em vida.

“Isso acontecia antigamente, quando um imperador abdicava em favor de um filhou ou deixava o governo na mão de um grupo de notáveis. Às vezes, o imperador não era apto para governar, apesar de ter direito ao posto”, diz o especialista.
A Era Heisei enfrentou diversos problemas deixados pela era anterior, a Showa, e agora analistas avaliam o que a Reiwa vai herdar da antecessora, como a presença nas redes sociais e uma mudança no perfil do imperador.

Enquanto Akihito era mais reservado, o imperador Naruhito é intelectual e já marcou presença em conferências internacionais. Sua esposa, a imperatriz Masako, estudou na prestigiada Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e tem uma base para ajudar o marido no trabalho diplomático.

“Espera-se que ela tenha uma grande influência nessa fase. Além de usarem a tecnologia e as redes sociais para ajudar o novo imperador e a imperatriz a se aproximarem do povo e imprimirem uma modernidade nessas relações”, avalia."

 

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