O Brasil vive tempos sombrios e falar que aqui existe mais de 334 células neonazistas chega a dar arrepios. Eu como professora de História, trabalho esse tema com meus alunos durante o "Período Entreguerras" e depois não voltamos mais ao assunto. Isso não quer dizer que em nosso país tão "tolerante", não possa ter pessoas com ideologia de extrema-direita. O que me deixa chocada é saber que estados como Fortaleza, João Pessoa e a cidade de Feira de Santana possuem células e onde a população não é em sua totalidade branca!.
A antropóloga Adriana Dias está compilando seus dados para lançar um livro sobre essas células e segundo ela "a construção desse ódio, segundo ela, está estruturada no culto à masculinidade que despreza minorias. “O ódio não é de agora. Sempre houve ódio racial, de classe, de gênero. Neste momento você tem uma articulação e uma sistematização deste ódio. Uma capilarização como projeto político em muitos lugares. E é impossível remover esse ódio enquanto você não civilizar as pessoas. É um processo muito complexo porque o ódio dá um conforto para elas”, afirmou ao portal UOL."
"Um levantamento feito por uma pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aponta que existem pelo menos 334 células neonazistas ativas no Brasil. De acordo com a antropóloga Adriana Dias, a maioria dos grupos se concentra nas regiões Sul e Sudeste. Os dados indicam que São Paulo é o estado com maior presença desses grupos, concentrando 99 deles. Santa Catarina vem em segundo lugar, com 69 células, seguido por Paraná (66) e Rio Grande do Sul (47).
A pesquisa foi feita monitorando a atividade neonazista na internet. Adriana mapeou mais de 6.500 endereços eletrônicos de organizações de extrema direita em língua portuguesa. Além disso, ela identificou dezenas de milhares de neonazistas brasileiros em fóruns internacionais. A antropóloga está preparando um livro que compila esses dados.
Segundo a autora do estudo, os grupos se dividem em diversos movimentos, como hitleristas, supremacistas, separatistas, negadores do Holocausto e até mesmo seções locais da Ku Klux Klan. Em entrevista ao blog de Matheus Pichonelli, do portal Universa, Adriana disse que normalmente, no Brasil, esses grupos não se comunicam entre si. "Nenhum deles tem uma corrente única. Eles leem autores que, pelo mundo, brigam um com o outro", afirmou.
Apesar das divisões, geralmente os neonazistas pregam a intolerância com base em ideais ligados à superioridade e pureza racial. As células frequentemente professam ideias ultranacionalistas, racistas, xenófobas e discriminatórias. Em maior ou menor grau, elas também advogam o uso da violência. Entre seus alvos preferenciais estão negros, homossexuais, judeus e migrantes nordestinos. Apesar disso, Dias também identificou registros de neonazistas em cidades do Nordeste, como Fortaleza (CE), João Pessoa (PB) e Feira de Santana (BA).
Pela lei brasileira, apologia ao nazismo é crime. Nem é necessário haver atos de violência ou incitação direta à violência para que o delito ocorra. O código penal prevê pena de reclusão de dois a cinco anos para quem "fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo".
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