domingo, 5 de abril de 2020
Ensaio sobre a Cegueira - Livro e Filme
O domingo de Ramos chegou, afinal a Semana Santa se aproxima. Talvez por causa da pandemia da Covid 19, algumas pessoas tenham-se "esquecido" da Sexta-feira Santa; outras só se lembram que ainda não compraram os ovos de chocolate.
Com as igrejas católicas fechadas por causa da pandemia, as missas serão transmitidas online para os fiéis. No Vaticano a Missa foi presidida pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro, sem a presença de fiéis. Algo jamais pensado ou vivido na História da Igreja Católica, exceto durante a peste negra na Idade Média.!
Numa parte da Homilia do Santo Padre ele diz "Olhemos dentro nós mesmos; se formos sinceros para conosco, veremos as nossas infidelidades. Tanta falsidade, hipocrisia e fingimento! Tantas boas intenções traídas! Tantas promessas quebradas! Tantos propósitos esmorecidos! O Senhor conhece melhor do que nós o nosso coração; sabe como somos fracos e inconstantes, quantas vezes caímos, quanto nos custa levantar e como é difícil sanar certas feridas."
Nesses dias de quarentena seria muito bom se todos parassem para refletir seu papel na sociedade e na própria Existência. Será que os mandamentos "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao Próximo como a ti mesmo", vem sendo aplicado ou ainda estamos como as pessoas do "Ensaio sobre a Cegueira" do José Saramago? Recomendo o livro e o filme para se chocar com a ficção que mais parece realidade.
"Ensaio sobre a Cegueira é um romance publicado pela primeira vez em 1995, do escritor português José Saramago.
O romance é a mais famosa obra do português e três anos depois da publicação ganhou o Nobel de Literatura, em 1998.
Ensaio sobre a Cegueira narra a história de uma epidemia de cegueira branca que se espalha por uma cidade e vai acometendo um por um, trazendo o caos e abalando as estruturas de uma sociedade civilizada.
É um romance que não apela pelo engraçado, não há alivio cômico. É uma obra que, mesmo sendo uma ficção, é bem detalhista e realista. Isto é, a amostra de uma possível realidade através da ficção.
De acordo com o próprio autor, é um livro terrível e com o intuito de fazer o leitor sofrer. Em uma apresentação pública sobre o romance, José Saramago disse:
Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso."
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