"Às 11h02 de 9 de agosto de 1945, a bomba Fat Man foi lançada em direção a Nagasaki. O artefato, carregado com 6,4 quilos de plutônio-239, explodiu a 469 metros do chão. O que se seguiu foi horror puro: a cidade japonesa sumiu do mapa. A detonação provocou um calor de 3.900 graus Celsius e ventos de 1.005 km/h. Cerca de 80 mil pessoas morreram imediatamente.
O golpe de misericórdia arrasou a cidade: dos 263 mil habitantes, cerca de 80 mil morreram. O cogumelo de fumaça era visível a 400 quilômetros de distância — como se uma bomba lançada sobre o Rio de Janeiro fosse vista de São Paulo.
Em Hiroshima, três dias antes, o responsável por fotografar a destruição havia sido o sargento americano Bob Caron. No caso de Nagasaki, não se sabe quem fez o registro. Certo mesmo é que seu autor era um dos militares que estavam nos bombardeiros envolvidos na missão.
Foi desse ângulo privilegiado que o autor clicou a nuvem de 18 quilômetros de altura. Depois desse ataque, nenhuma bomba atômica voltou a ser usada em guerras. Mas a sombra do cogumelo de Nagasaki ainda paira sobre o planeta.
Mas, por que, depois do sucesso da missão em Hiroshima, os americanos lançaram outra bomba em Nagasaki?
"Os dois ataques eram desnecessários, mas os Estados Unidos gastaram cerca de 2 bilhões de dólares nas bombas, o maior investimento feito num artefato de guerra. Queriam mostrar aos soviéticos que tinham poder e que estavam prontos para usá-lo", diz o historiador Martin Sherwin, autor do livro A World Destroyed: Hiroshima and its Legacies (Um Mundo Destruído: Hiroshima e seu Legado).
"A bomba também serviu para evitar a morte de milhões de pessoas, caso a guerra continuasse no solo", afirma o historiador americano Gerhard Weinberg. Ironicamente, a bomba que matou tantas pessoas serviu também como arma de ameaça para evitar outros conflitos e outras tantas mortes.
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