No último domingo, 10/1, o príncipe Mohammed bin Salman da Arábia Saudita surpreendeu o mundo ao anunciar a criação de uma cidade ecológica. A construção terá início ainda neste ano e essa notícia vindo do maior exportador mundial de petróleo deixou o mundo perplexo. Aliás, fazer surgir cidades é quase "normal" no Mundo Árabe.
Como seria difícil convencer alguém a passar as férias enterrado na areia ou molhando os pés em um mar calmo, e ainda suportando temperaturas que podem variar de 15ºC a 48ºC no mesmo dia, o jeito foi transformar o deserto em paraíso. Deu certo: nas duas últimas décadas, Dubai se transformou tão completamente que se algum nômade voltasse do deserto após esse período, certamente iria achar que tomou sol demais na cabeça. Para se ter uma ideia, hoje apenas 7% do PIB da região vêm do petróleo. O restante é fruto do comércio e turismo. Só em 2004 foram 5 milhões de visitantes, mais do que recebeu todo o Brasil no mesmo período.
"A Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo bruto, anunciou a criação de uma cidade ecológica com "zero carros, zero estradas, zero emissões de CO²” no Neom, área no noroeste do país que se encontra em desenvolvimento.
Uma região futurista e turística, Neom está na lista dos muitos megaprojetos em curso para diversificar a economia da Arábia Saudita, que depende fortemente da exportação do petróleo.
"Como presidente da direção da Neom, apresento "The Line", uma cidade que pode acomodar 1 milhão de habitantes, tem 170 quilômetros de comprimento e preservará 95% das áreas naturais", anunciou o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, em comunicado transmitido na televisão.
"Não haverá carros, estradas e terá emissões zero de carbono", acrescentou o líder do país, que é a maior economia do mundo árabe, mas regularmente classificada entre os estados mais poluidores do mundo. "Devemos transformar as cidades em cidades do futuro", disse, referindo-se a uma "revolução civilizacional".
Quanto a detalhes do projeto, só serão divulgados mais tarde, assegurou o príncipe, antes de mostrar imagens computadorizadas da "linha" e paisagens de desertos primitivos e mares azuis.
A cidade pensada para pedestres terá serviços como escolas e centros de saúde, bem como espaços verdes e transportes públicos de alta velocidade, que não fazem mais de 20 minutos de viagem, de acordo com um comunicado de imprensa.
O novo centro urbano será também baseado em tecnologias de inteligência artificial (IA) e "equipamento de baixo impacto de carbono, alimentado a 100% por energia renovável".
A construção da "The Line" terá início no primeiro trimestre de 2021 e será financiada pelo Fundo Saudita de Investimento Público (PIF), o principal instrumento da política de diversificação econômica do país.
O projeto promete criar 380 mil empregos e a sua contribuição para o Produto Interno Bruto está estimada em 180 bilhões de riyals (moeda da Arábia Saudita, mais de 39 bilhões de euros) até 2030, de acordo com a nota da Neom."(aventuranahistoria)
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