Desde 2.000 que em todo 25 de Março, que eu como todos os leitores e fãs de J.R.R. Tolkien aproveitamos para ler um livro ou algum trecho de suas obras maravilhosas. E ainda tem aluno que nunca leu os livros ou assistiu aos filmes, um ato inaceitável para nós.
Em 2020 o deputado federal Dr. Jaziel (PL-CE), que propôs a criação do “Dia de Ler Tolkien”. Meu Deus! a data já existe desde 2003 e será que o político não sabe disso? E sua justificativa para o tal projeto foi que "O Brasil é um dos maiores países cristãos do mundo, e Tolkien disse que sua obra é fundamentalmente religiosa e cristã. Seus valores refletem aqueles almejados por nossa sociedade”, disse o deputado.
Ninguém lê as obras do Mestre Tolkien porque ele era cristão, mas sim pelas aventuras dos Homens, Elfos, Anões e Hobbits na Terra Média. Como diz um leitor voraz "Tolkien é, com justiça, o pai da fantasia moderna e considerado um dos grandes gênios do gênero. Seu legado sobreviveu ao teste do tempo e é lembrado ainda hoje, muito graças aos esforços de Hollywood com os longas de O Senhor dos Anéis e O Hobbit, mas sua base de fãs já era bastante considerável antes dos filmes. Sua obra serviu de inspiração para inúmeros autores depois dele e apenas alguns conseguiram arranhar com suas obras e mundos próprios o que é a grandiosidade da Terra Média."
Então, para quem ainda não conhece ou tem preguiça de efetuar uma leitura de qualidade vamos elencar alguns motivos para isso:
" 1 – A genialidade e profundidade de sua obra
O motivo mais óbvio de todos é que simplesmente sua criatividade é fora do normal e o que mais o diferencia de outros autores é a profundidade de seu mundo e mitologia. Qualquer leitor interessado em aprofundar-se na literatura fantástica e, principalmente, o interessado em escrever seus próprios livros, deveria ler a mitologia de formação e história da Terra Média. A obra que melhor representa tudo isto é o Silmarillion.
2 – Lá e de volta outra vez
Não consigo imaginar aventura mais “Dungeons and Dragons” do que O Hobbit. É o livro de leitura mais fácil do autor e sua trama simples, porém muito bem construída, lembra uma partida de RPG ou o famoso desenho do Mestre dos Magos. Tolkien escreveu O Hobbit para os filhos, e é a melhor escolha para quem está começando a conhecer seu mundo, ou quer apenas uma leitura mais leve.
3 – Se o filme é uma gota, o livro é um oceano
Aqui caímos na velha regra de que o livro oferece uma experiência muito mais completa do que o filme. Com certeza a produção mereceu todos os Oscars que ganhou com a trilogia de Senhor dos Anéis, mas o fã que ainda está só nos filmes e quer se aventurar mais no universo da Terra Média precisa tentar vencer a barreira da escrita. E não, as 26 horas de extras no DVD não suprem essa carência.
4 – A jornada do herói
O arco de história de Frodo Bolseiro é um exemplo muito bem aplicado da famosa Jornada do Herói, postulada por Joseph Campbell como um padrão básico para o caminho seguido pelo herói em sua história, e observado em diferentes culturas ao mesmo tempo. Na obra de Tolkien há todos os elementos descritos por Campbell, a separação do herói de sua terra natal, sua iniciação para os perigos do mundo, o confronto com o mal maior e o retorno ao ponto de partida. Não vou discorrer aqui sobre a relação em detalhes (talvez em um futuro post), mas certamente é um exemplo e curiosos podem notar ao longo da leitura.
5 – Três obras primas, três estruturas
As três obras primas de Tolkien são O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion. Quem parou para ler todos consegue notar o quão diferentes esses livros são um do outro. E são diferentes em praticamente todos os aspectos. O Hobbit é uma aventura casual, quase descompromissada, e apesar de ter a jornada do herói como a de Frodo, tem um tom bem mais leve. O Senhor dos Anéis trata do destino da Terra Média, é um livro bem mais denso que O Hobbit, a carga dramática é muito maior e a jornada de Frodo tem tons puramente épicos. Já o Silmarillion é praticamente um glossário da Terra Média, contando sua história desde a criação até a Terceira Era, apresentando histórias únicas ao longo do tempo e apresentando a complexidade e a maior riqueza de detalhes vista em toda sua obra. Isto torna cada um de seus livros uma experiência narrada de forma única."
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