Há 57 anos iniciava a Ditadura Militar no Brasil e por 20 anos, o número de torturados, desaparecidos e mortos ainda é incerto. Um dia para se esquecer e não comemorar como quer o presidente.
E o que dizer de pessoas pedindo a "intervenção militar"? Será que eles sabem que os primeiros a serem silenciados serão eles? Que falta faz uma boa leitura ou assistir um filme sobre esses anos de chumbo! Ainda bem que existem inúmeros livros e películas, mas irei postar apenas alguns...
Em seu livro "Em Guarda contra o Perigo Vermelho: o anticomunismo no Brasil (1917-1964)", o historiador Rodrigo Patto Sá Motta, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e um dos principais estudiosos do tema no Brasil, mostra que o anticomunismo "não passou de engodo para justificar a intervenção", e que a retórica golpista passava mais por antipopulismo e antirreformismo.
"Na madrugada do dia 27 de dezembro de 1968, duas semanas depois de o governo decretar o AI-5, Caetano Veloso e Gilberto Gil foram retirados dos apartamentos onde moravam, no centro de São Paulo, e levados em uma caminhonete ao Rio de Janeiro. Conduzidos por policiais à paisana, eles foram presos sem nenhuma justificativa.
Em Narciso em férias, volume avulso do capítulo homônimo de Verdade tropical, Caetano Veloso relata o impacto brutal que os 54 dias vividos no cárcere deixariam em sua vida ― não apenas pela dimensão política, mas também pela perspectiva psicológica e artística.
Esta edição inclui uma seção com registros do processo aberto pela ditadura militar contra o cantor e compositor. Esses documentos ficaram guardados no Arquivo Nacional e seriam revelados ao artista pela primeira vez cinquenta anos mais tarde, em 2018. No texto inédito de apresentação, Caetano Veloso anuncia: “este, que é meu escrito a que atribuo maior valor, entra na cena atual da vida política brasileira de modo abrasivo”.
2. A Noite da Espera, de Milton Hatoum
O livro é o primeiro de uma série com três volumes, um drama familiar que se mescla com a história da ditadura militar.
A história conta a saga de Martim, um jovem paulista, que se muda para Brasília com o pai depois de uma separação traumática da mãe. Na capital do Brasil, recém-inaugurada, Martim vira amigo de jovens que são filhos de altos e médios funcionários da burocracia estatal.
As descobertas de Martim fazem oposição à dor que sente pela separação da mãe, da qual passa longos períodos sem notícias.
3. Infância Roubada: crianças atingidas pela ditadura militar no Brasil, da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”
O livro, produzido pela Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, revela histórias privadas e álbuns das famílias vítimas da ditadura militar, com foco nas crianças filhas de militantes perseguidos ou mortos.
O material tenta rememorar, a partir das histórias das vítimas, como o Estado militar tratou os filhos de seus opositores."