No meio de tantos problemas ambientais, pelo menos uma boa notícia: o Sítio Burle Marx/Rio de Janeiro foi declarado como Patrimônio Mundial pela Unesco. E para quem adora viajar e conhecer lugares diferentes e principalmente a natureza exuberante do Brasil vale muito a pena. Mesmo durante a pandemia é possível passar duas horas visitando o local. Não conhece ou nunca ouviu falar? Então, leia e se prepare para visitar durante as próximas férias.
"O sítio em Pedra de Guaratiba, no Rio de Janeiro, que pertenceu a Roberto Burle Marx (1909-1994), criador dos jardins tropicais que revolucionaram o paisagismo, foi reconhecido, nesta terça-feira (27/07), como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Anunciada na conta do Twitter desta agência da ONU, a decisão foi adotada durante a 44ª reunião anual do Comitê do Patrimônio Mundial das Nações Unidas, que analisa em Fuzhou (China) os pedidos para 2020 e 2021. As demandas se acumularam, devido à pandemia do novo coronavírus.
Reconhecido na categoria de "locais culturais", o Sítio Roberto Burle Marx é o 23º patrimônio brasileiro incluído na lista da Unesco.
Esse foi "o laboratório de experiências botânicas e paisagísticas de Burle Marx. Aqui ele aprendeu e entendeu como funcionavam_ biológica, ecológica e esteticamente _ as espécies que depois foram aplicadas nos jardins", afirma a bióloga Suzana Bezerra, uma das educadoras que trabalha no local, convertido em museu.
Adquirida por Burle Marx e seu irmão em 1949, a propriedade era uma antiga plantação de café e banana localizada no meio de uma densa Mata Atlântica, cerca de 50 km ao Sul do Rio de Janeiro.
Ao longo de 45 anos, o paisagista, artista visual e explorador povoou este sítio com espécies que coletava em suas expedições aos diversos biomas brasileiros, assim como a outros países, para estudá-las e incorporá-las em suas criações.
Filho de um migrante judeu alemão e de uma brasileira de origem francesa, Burle Marx foi um dos pioneiros da ecologia e um dos primeiros a usar a flora nativa, em vez de trazê-la da Europa.
Em suas expedições, descobriu dezenas de espécies e, ao longo de sua vida, projetou mais de 3 mil parques e jardins públicos e privados _ a maioria deles no Brasil, mas também na Venezuela, nos Estados Unidos e no Sudeste Asiático.
Entre suas obras de paisagismo de maior destaque estão as famosas calçadas da praia de Copacabana, o Aterro do Flamengo e os jardins de Brasília.
Além das riquezas naturais, os visitantes podem conhecer o lugar onde Burle Marx viveu de 1973 até sua morte, em 1994, com seus móveis, pertences, pinturas e esculturas, além de coleções de outros artistas.
Também é possível visitar a "Cozinha de Pedra", um amplo ambiente semiaberto onde organizava festas e encontros frequentados por artistas, poetas, arquitetos, músicos e cientistas, como Helio Oiticia e Lygia Clark, Niemeyer e Le Corbusier, Pablo Neruda, Elizabeth Bishop e Susan Sontag. "
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