O Brasil de 2021 é muito mais asqueroso que os anos de 1964-1984, justamente porque escancarou-se o Brasil que tem adoração por torturadores, censores, negacionistas, racistas, machistas, homofóbicos, etc. O Brasil que nem assistiu alguns filmes e logo já aproveita para malhar já virou uma constante desde 2018. É o caso de Marighella de Wagner Moura que finalmente vai estrear em 4 de novembro.
Durante a pré estreia em Salvador ele disse "Esse filme não é só sobre os que resistiram à ditadura militar nos anos 1960 e 1970. Esse filme é sobre os que estão resistindo agora no Brasil”, disse o diretor Wagner Moura no palco do Teatro Castro Alves, em Salvador, pouco antes da exibição de “Marighella” na pré-estreia nacional do filme realizada na noite de segunda-feira (25).
“Esse filme foi filmado em 2017, estreou em 2019 no Festival de Berlim, passou por vários festivais no mundo todo, representou o cinema brasileiro, foi aplaudido por onde passou, mas para mim nada daquilo fazia sentido enquanto não estreasse no Brasil”, prosseguiu Moura, emocionado.E sobre os ataques que o filme vem recebendo ele disse “É inacreditável que um produto cultural receba tantos ataques violentos e sofra tanta resistência por parte do governo federal. Isso diz muito mais sobre o estado das coisas no Brasil hoje do que sobre o filme”, afirmou Moura.
Seria muito bom antes de irem assistir ao filme, conhecer a História do Brasil do Regime Militar e principalmente porque Carlos Marighella, um político comunista, fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN). O grupo armado de esquerda enfrentou o regime e participou, por exemplo, do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick. Inspirado na biografia escrita pelo jornalista Mário Magalhães, o filme tem como foco os últimos cinco anos de vida do escritor, político e guerrilheiro Carlos Marighella.
"Previsto para o lançamento no Brasil em 4 de novembro, o filme Marighella, que conta a história do político homônimo, guerrilheiro e já considerado o maior inimigo da ditadura militar, está recebendo ataques digitais de milícias que tem como objetivo difamar a obra audiovisual.
Utilizando a plataforma IMDb (Internet Movie Database), os internautas estão deixando milhares de avaliações negativas sobre o filme, que ainda não foi lançado, impactando sua recepção crítica.
Com mais de quarenta mil avaliações no site, Marighella já tem uma nota de 3,6/10, correspondendo ao número de estrelas, sistema de classificação utilizado pelo IMDb, atribuídas pelas ‘milícias digitais’. As informações são do site ISTOÉ.
Entretanto, esta não é a primeira vez que este filme em específico é alvo de uma campanha de difamação neste formato. Em 2019, Marighella, que foi filmado em 2017, sofreu tantas avaliações negativas que sua classificação ficou em 2,8. A situação somente foi resolvida quando o IMDb suspendeu a avaliação do título.
Em relação aos ataques e a reação do público, o diretor do filme, Wagner Moura, comentou em entrevista à revista Marie Claire: “Marighella catalisou um ódio muito grande desde que a gente começou a trabalhar, o que só piorou com a eleição de Bolsonaro”.
O filme sobre o guerrilheiro tem sofrido ataques desde seu anúncio, e, agora que há uma data de lançamento definida, estas movimentações continuam intensas."(aventuranahistoria)
Nenhum comentário:
Postar um comentário