sábado, 5 de novembro de 2016

Carlota P. de Queirós - A 1ª Deputada Federal

 Em pleno séc. XXI ainda é possível ouvir adolescentes dizendo que "o lugar de mulher é em casa"; "os homens devem mandar nas mulheres"... Eles repetem o que ouvem em casa e no grupo de amigos, um absurdo!.

Quando eu explico sobre costumes medievais é para se ter conhecimentos do cotidiano das vilas e castelos, mas ouvir um menino de 15 anos da dita geração Y falar como se fosse um homem do Medievo me deixa simplesmente estarrecida.

Eu fixo meu olhar sobre o mesmo e penso "meu Deus, eu não acredito que vivi 56 anos para ouvir uma bobagem dessas". E o pior é você ouvir "profª Claudinha, fulana deixou a universidade porque o namorado dela não quer que ela estude". Jesus! o sujeito é apenas o namorado o que ele fará quando se tornar o marido dela?


Ainda bem que nem todas as mulheres eram submissas no Brasil do início do Séc. XX  e Carlota P. de Queiros estudou medicina e entrou para política, mesmo que tenha apoiado o Golpe Militar de 1964.

"Carlota Pereira de Queiros nasceu em São Paulo, em 1892.
Em 1926, formou-se em medicina, ocasião em que recebeu o prêmio Miguel Couto pela sua tese. Chefe do laboratório de clínica pediátrica da Faculdade de Medicina de São Paulo em 1928, no ano seguinte viajou para a Suíça comissionada pelo governo para estudar dietética infantil.

Durante a Revolução Constitucionalista, movimento de contestação à Revolução de 1930, ocorrido em São Paulo em 1932, organizou, à frente de 700 mulheres, a assistência aos feridos. Em maio de 1933, foi a única mulher eleita deputada à Assembleia Nacional Constituinte, na legenda da Chapa Única por São Paulo. 

Na Constituinte, Carlota integrou a Comissão de Saúde e Educação, trabalhando pela alfabetização e assistência social. Foi de sua autoria o primeiro projeto sobre a criação de serviços sociais, bem como a emenda que viabilizou a criação da Casa do Jornaleiro e a criação do Laboratório de Biologia Infantil.

Após a promulgação da Constituinte em 17 de julho de 1934, teve o seu mandato prorrogado até maio de 1935. Ainda em 1934, ingressou no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Eleita pelo Partido Constitucionalista de São Paulo, no pleito de outubro de 1934, permaneceu na Câmara até 1937, quando foi instaurado o Estado Novo (1937-1945). Durante esse período lutou pela redemocratização do país.

Eleita membro da Academia Nacional de Medicina em 1942, fundou, oito anos depois, a Academia Brasileira de Mulheres Médicas, da qual foi presidente durante alguns anos. Apoiou o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart, em 1964.
Faleceu em São Paulo, em 1982."(cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1)

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