Em pleno séc. XXI ainda é possível ouvir adolescentes dizendo que "o lugar de mulher é em casa"; "os homens devem mandar nas mulheres"... Eles repetem o que ouvem em casa e no grupo de amigos, um absurdo!.
Quando eu explico sobre costumes medievais é para se ter conhecimentos do cotidiano das vilas e castelos, mas ouvir um menino de 15 anos da dita geração Y falar como se fosse um homem do Medievo me deixa simplesmente estarrecida.
Eu fixo meu olhar sobre o mesmo e penso "meu Deus, eu não acredito que vivi 56 anos para ouvir uma bobagem dessas". E o pior é você ouvir "profª Claudinha, fulana deixou a universidade porque o namorado dela não quer que ela estude". Jesus! o sujeito é apenas o namorado o que ele fará quando se tornar o marido dela?
Ainda bem que nem todas as mulheres eram submissas no Brasil do início do Séc. XX e Carlota P. de Queiros estudou medicina e entrou para política, mesmo que tenha apoiado o Golpe Militar de 1964.
"Carlota Pereira de Queiros nasceu em São Paulo, em 1892.
Em 1926, formou-se em medicina, ocasião em que recebeu o prêmio
Miguel Couto pela sua tese. Chefe do laboratório de clínica pediátrica
da Faculdade de Medicina de São Paulo em 1928, no ano seguinte viajou
para a Suíça comissionada pelo governo para estudar dietética infantil.
Durante a Revolução Constitucionalista, movimento de contestação à
Revolução de 1930, ocorrido em São Paulo em 1932, organizou, à frente
de 700 mulheres, a assistência aos feridos. Em maio de 1933, foi a
única mulher eleita deputada à Assembleia Nacional Constituinte, na
legenda da Chapa Única por São Paulo.
Na Constituinte, Carlota integrou a
Comissão de Saúde e Educação, trabalhando pela alfabetização e
assistência social. Foi de sua autoria o primeiro projeto sobre a
criação de serviços sociais, bem como a emenda que viabilizou a criação
da Casa do Jornaleiro e a criação do Laboratório de Biologia Infantil.
Após a promulgação da Constituinte em 17 de julho de 1934, teve o seu
mandato prorrogado até maio de 1935. Ainda em 1934, ingressou no
Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Eleita pelo Partido
Constitucionalista de São Paulo, no pleito de outubro de 1934,
permaneceu na Câmara até 1937, quando foi instaurado o Estado Novo
(1937-1945). Durante esse período lutou pela redemocratização do país.
Eleita membro da Academia Nacional de Medicina em 1942, fundou, oito
anos depois, a Academia Brasileira de Mulheres Médicas, da qual foi
presidente durante alguns anos. Apoiou o golpe militar que derrubou o
presidente João Goulart, em 1964.
Faleceu em São Paulo, em 1982."(cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1)
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