Em pleno Séc. XXI, a questão do feminismo ainda é discutida através de chacotas. Eu fico triste que na Era da Informação, as pessoas sejam tão analfabetas, que não procuram ler para se informar e posteriormente realizar uma discussão de cunho proveitoso.
Às vezes, dá a impressão que os Mil anos da Idade Média ainda não acabaram. Que a qualquer momento, as mulheres serão todas queimadas em praça pública.! Só falta isso, pois na web isso é uma constante e basta dar uma opinião com conhecimento de causa para virar aqueles debates inúteis.
Eu ainda sou defensora de uma boa leitura em livros sérios e com muita pesquisa e recomendo o livro da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, onde a autora faz duras críticas ao discurso de ódio, discute a questão de gênero e o lugar das mulheres na sociedade contemporânea.
"O que significa ser feminista no século XXI? Por que o feminismo é
essencial para libertar homens e mulheres? Eis as questões que estão no
cerne de Sejamos todos feministas, ensaio da premiada autora de
Americanah e Meio sol amarelo.
”A questão de gênero é importante em
qualquer canto do mundo. É importante que comecemos a planejar e sonhar
um mundo diferente. Um mundo mais justo. Um mundo de homens mais felizes
e mulheres mais felizes, mais autênticos consigo mesmos.
E é assim que
devemos começar: precisamos criar nossas filhas de uma maneira
diferente. Também precisamos criar nossos filhos de uma maneira
diferente.”
Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente da
primeira vez em que a chamaram de feminista. Foi durante uma discussão
com seu amigo de infância Okoloma. Não era um elogio.
Percebi pelo tom
da voz dele; era como se dissesse: Você apoia o terrorismo!. Apesar do
tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e em resposta
àqueles que lhe diziam que feministas são infelizes porque nunca se
casaram, que são anti-africanas, que odeiam homens e maquiagem começou a
se intitular uma feminista feliz e africana que não odeia homens, e que
gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os
homens.
Neste ensaio agudo, sagaz e revelador, Adichie parte de sua
experiência pessoal de mulher e nigeriana para pensar o que ainda
precisa ser feito de modo que as meninas não anulem mais sua
personalidade para ser como esperam que sejam, e os meninos se sintam
livres para crescer sem ter que se enquadrar nos estereótipos de
masculinidade. Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso
feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1 milhão de
visualizações e foi musicado por Beyoncé."
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