sexta-feira, 15 de novembro de 2019

A Nova Ordem - livro distópico sobre o Brasil

Sexta-feira, feriado de 15 de novembro, Proclamação da República ou 1º golpe da História do Brasil, com previsão de chuva, então que tal curtir um bom livro? E o melhor é que é uma distopia sobre o Brasil atual. Nós lemos sobre várias distopias e não conhecemos uma sobre nossa Nação, então está passando da hora de conhecer e se arrepiar com as "previsões" do escritor.
 

O jornalista e escritor Bernardo Kucinski de 82 anos arrasa quando fala sobre o presidente da república “A gente só não pode dizer que é uma ditadura porque ele é caótico e esculhambado demais para a gente chamar de ditadura. A atitude é ditatorial, a atitude é de arrogância, de imposição, é um governo de desconstrução de anos em que a gente foi construindo participação popular, inserção popular, direitos das minorias e trabalhadores”.

"Uma novela maluca para tempos malucos”. Assim o jornalista Bernardo Kucinski classifica seu livro A nova ordem. Trata-se de uma ficção distópica sobre a ascensão de um governo autoritário.

A epígrafe do livro traz duas citações das mais célebres obras literárias do gênero, 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, nas quais o jornalista claramente se inspira em seu novo livro.

A obra narra um Brasil fictício, em que uma “nova ordem” é instaurada com viés autoritário. O regime, encabeçado por militares, tem como inimigo os “utopistas”, ou seja, aqueles que têm pensamento crítico, e cria a Operação Cátedra, que prende professores e ordena o fechamento das universidades pelo país.

O texto segue em narrativas paralelas: os diálogos e histórias das personagens e as notas de rodapé, que registram os decretos que instituem a nova ordem política.
O autor afirma ter ficado surpreso com “previsões” de seu livro no decorrer do governo Bolsonaro. O texto foi entregue em janeiro à editora, a Alameda Casa Editorial, 20 dias após a posse do presidente de extrema direita.

“Quando fica proibida associação operária de qualquer tipo. No dia seguinte saiu uma proposta do Bolsonaro no mesmo sentido. Fui começando a ficar assustado”, disse a uma plateia de amigos e convidados que acompanhou o lançamento da obra no Centro Universitário Maria Antônia.

Mais tarde, ao Brasil de Fato, Kucinski listou essas coincidências da nova ordem: “Criminalização do trabalho dos sindicatos e das cooperativas; fechamento de postos de saúde… Um monte de coisa que está na novela, que A nova ordem vai pondo e que às vezes Bolsonaro vai fazendo, às vezes diretamente ou indiretamente também”, relata.

“E no campo da cultura também. Por exemplo, na minha novela eles fecham todas as universidades federais. Bolsonaro não fechou nenhuma, mas já tomou dados concretos para estrangular. São essas semelhanças que vão acontecendo.”

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