sábado, 27 de junho de 2020
Complexo do Alemão: 13 anos da Chacina
O último sábado de junho amanheceu com garoa e frio de 18º C e a "quarentena coletiva" nos deixa de novo em casa. Aqui em Mato Grosso já passamos dos treze mil pessoas confirmadas e mais de quinhentos mortos e por incrível que pareça ainda tem gente que não acredita na existência da Covid 19.
No Brasil também tínhamos ontem 1.280.054 e 56.109 mortos e agora somos enxovalhados por todos os países, pelo descaso com que o Governo Federal tem tratado a pandemia. Aliás, o Mundo sempre nos "olha" e as notícias ruins são as que mais chamam atenção. Hoje, completa 13 anos da maior chacina ocorrida numa favela do Rio de Janeiro.
Muitos já se esqueceram ou se referem ao fato com a famosa frase "bandido bom é bandido morto", entretanto se estavam à margem da lei não mereciam o tipo de morte de tiveram: executados pelas costas. Os Direitos Humanos Internacional e Nacional ficaram indignados com a operação e até hoje todos perguntam o porquê da operação se nenhum grande traficante foi morto?
"No dia 27 de junho de 2007, no Rio de Janeiro, uma operação policial ocorreu nas favelas que compõem o Complexo do Alemão. Os números oficiais apontaram 19 pessoas mortas no conflito, das quais pelo menos nove não tinham antecedentes criminais.
Cada morto recebeu uma média de quatro tiros, e o terror que assolava a população desde o início do cerco policial, em 2 de maio, se tornara insuportável neste dia.
Contexto
Em 2007, o Rio celebrava os XV Jogos Pan-Americanos, evento esportivo que ocorreu com grande operação logística e organizacional. Durante os Jogos, um grande cerco policial foi montado na região das favelas que compunham o grande complexo do Alemão, para supostamente garantir a segurança do evento internacional. À época, o morro foi considerado pelo jornal O Globo como a faixa de Gaza carioca.
A ação policial levada a cabo tinha como objetivo acabar com os traficantes varejistas, que comercializavam produtos lucrativos como maconha e cocaína, que vinham do exterior através do tráfico atacadista.
Das 200 mil pessoas que compunham o complexo em 2007, 450 eram traficantes varejistas – 0,2% do total. Para a operação, foram mobilizados 1.350 policiais civis e militares, três caveirões, um helicóptero, nove franco-atiradores e 150 soldados da Força Nacional.
A Chacina
A ação policial começou às 9 horas da manhã, horário de intensa movimentação nas ruas que compõem as favelas do complexo. Na que foi chamada Operação Cerco Amplo, os policiais ocuparam vielas e invadiram casas armados com pistolas e metralhadoras.
Os mortos foram, em sua maioria, jovens entre 15 e 24 anos. Trinta e dois tiros foram disparados pelas costas, e segundo laudos médicos, os tiros na parte superior do corpo foram feitos em ângulo de 45 graus – indicando que as vítimas estavam sentadas ou ajoelhadas.
Os números oficiais indicam que do início da ocupação, em 2 de maio, até o dia 27 de julho, 42 pessoas morreram e cerca de 80 ficaram feridas. A matança teve repercussão nacional e internacional, e continua sendo uma das operações mais inexplicáveis já ocorridas em território brasileiro - afinal, nenhum grande traficante foi pego e o tráfico continuou operando normalmente."(aventuranahistoria)
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