O domingão amanheceu nublado e com uma brisa fresca balançando a copa das árvores.
A grande e mais esperada boa notícia para o Mundo foi a derrota de Donald Trump nas eleições para a presidência dos Estados Unidos.
Após uma das campanhas eleitorais mais tensas e tumultuadas das últimas décadas, o democrata Joe Biden venceu a disputa pelo cargo mais poderoso do mundo. Ontem, ele superou a marca de 270 votos no Colégio Eleitoral dos Estados Unidos, após conquistar a vitória na Pensilvânia, segundo projeções da imprensa americana.
Com o resultado, Donald Trump se tornou o primeiro presidente americano no cargo a perder a reeleição desde George H. Bush, em 1992.
Trump se recusou a reconhecer a vitória do adversário e afirmou, num comunicado, que sua campanha está abrindo um processo legal "para garantir que as leis eleitorais sejam completamente respeitadas e que o vencedor legítimo seja empossado".
A vitória de Joe Biden tem um significado histórico, não só porque tem a primeira vice-presidente mulher e negra da História, simplesmente porque representa a derrota do "atraso, negacionismo e do autoritarismo" de um presidente americano. Trump flertava com as ideias da extrema direita e isso poderia se transformar num possível fascismo e a população que não é obrigada a votar percebeu o momento e a Democracia falou mais alto.
Os Estados Unidos da América são os responsáveis pela primeira Revolução baseada nos princípios iluministas da "Liberdade, Igualdade e Fraternidade". Sua Constituição não é perfeita, mas em todos os países democráticos do mundo ela foi copiada, inclusive no Brasil.
E depois dessa derrota estrondosa, ficamos espantados com o pedido de desculpas de Tom Morello de que a banda de rock "Rage Against Machine" foi a responsável pela eleição de Trump.
"O clipe de 'Sleep Now in the Fire', da banda Rage Against the Machine, começa com cenas clássicas de Wall Street, que logo mudam para um show improvisado dos norte-americanos. Em cima de um monumento, eles chamam atenção de quem passa.
De repente, no meio da apresentação, uma surpresa: alguém ergue uma placa que anuncia “Trump para presidente”. Enquanto policiais exigem que os músicos desçam do lugar que transformaram em palco, uma multidão se reune em torno da placa.
Para muitos, essa cena pode parecer comum, apenas um ato corriqueiro. Para o guitarrista da banda, Tom Morello, no entanto, a música teve um papel decisivo na política norte-americana, principalmente por culpa da imagem que aparece no vídeo.
Previsões e mistérios
Lançada em 1999, a música tem um tom revolucionário, bastante comum aos ideais ativistas da Rage Against the Machine. Formado oito anos antes, o grupo de rock sempre fez questão de falar sobre seus ideias e posicionamentos.
A banda, a final de contas, transformava protesto em arte, colocando seus gritos de guerra em melodias intensas. O grupo, inclusive, escolheu a emblemática foto do monge pegando fogo para ser a capa de seu primeiro disco, lançado em 1992.
Com relação à política, portanto, não poderia ser diferente. Dessa forma, ficou claro para os fãs da banda que aquela placa no clipe de 'Sleep Now in the Fire' foi algo muito bem pensado, com algum significado por trás.
Foi exatamente isso que a Interview Magazine, via Far Out Magazine, perguntou para Tom Morello. No geral, a ideia era descobrir se, de alguma forma, a música da banda previu a eleição de Donald Trump em 2017, mesmo com tantos anos de diferença.
Culpa e arrependimento
Frustrado, Tom respondeu que os músicos se sentem consideravelmente responsáveis pela eleição do atual presidente dos Estados Unidos. "Eu diria que somos carmicamente inteiramente responsáveis, e peço minhas desculpas", lamentou.
Ainda durante a entrevista, no entanto, o artista revelou que a placa não foi tão bem planejada como as pessoas esperavam. "[O diretor] Michael Moore imprimiu cartazes e os distribuiu para os day traders [investidores ativos]", conta. "Ninguém prestou atenção a isso. É engraçado como isso se tornou uma piada improvisada."
Se ‘Sleep Now in the Fire’ realmente influenciou alguém a votar em Donald Trump, ou não, isso ninguém sabe. O fato é que, de certa forma, a Rage Against the Machine se sente bastante culpada pela suposta previsão, que foi feita há 21 anos."
Também os Simpsons fizeram essa terrível previsão e deu no que deu.