sábado, 19 de janeiro de 2019

Mulheres produziam livros na Idade Média

E a arqueologia nunca dorme mesmo, agora essa descoberta de que durante a Idade Média as mulheres não eram simplesmente "objetos de prazer ou recatada e do lar", pode mudar tudo que sabemos da antiga "Idade das Trevas". Ainda estamos em férias, mas continuamos sendo intelectuais...

"Muitas vezes sendo chamada de “Idade das Trevas” por historiadores, a Idade Média ainda guarda muitos segredos do resto da humanidade. Mas um deles acaba de ser revelado por cientistas que descobriram que mulheres já trabalhavam produzindo livros durante esse período.

Os pesquisadores encontraram um pigmento azul utilizado para escrever incrustado no tártaro dentário de uma mulher enterrada. Conhecido como "azul ultramarino", este pigmento foi o mais caro usado durante o período medieval europeu, chegando a custar o mesmo valor do ouro. 

A substância, que é feita a partir da moagem e purificação de cristais de lazurita encontrados em uma região específica do Afeganistão, era usado apenas por escribas e pintores de imensa habilidade. A presença deste pigmento em uma comunidade de mulheres no norte da Alemanha também mostra a expansão dos circuitos de comércio de longa distância durante a revolução comercial europeia do século 11.

Embora exemplos sobreviventes desses primeiros trabalhos sejam raros e relativamente modestos, surgem cada vez mais evidências de que os mosteiros das mulheres estavam produzindo ativamente livros da mais alta qualidade até o século 12.

O monastério de Admont em Salzburgo, por exemplo, apoiou uma comunidade de freiras que copiou muitos dos mais de 200 livros sobreviventes das coleções de livros do século 12. Diemut, uma escriba no mosteiro de Wessobrunn na Baviera, é conhecida por ter produzido mais de 40 livros.

A nova descoberta sugere que outras escribas e artistas poderão ser identificadas no registro arqueológico, revelando mais aspectos sobre o papel das mulheres na produção de livros sagrados. 

Pedaços de partículas azuis foram observados em diferentes dentes, sugerindo que as partículas entraram ao longo do tempo e não durante um evento isolado. De acordo com Anita Radini, uma das cientistas envolvidas na pesquisa, os resultados indicam que essa mulher era provavelmente uma escriba ou pintora de livros que criou manuscritos ou foi contratada para preparar os materiais dos artistas. "(revistagalileu.globo.com)

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