Na Revista Veja de 11 de junho de 2014, aqui em casa nós recebemos domingo, o Artigo de J.R. Guzzo sobre os analfabetos voluntários me deixou preocupada. Eu escolhi alguns trechos para descrever o motivo de minha preocupação, afinal, sou professora de História do Ensino Médio Inovador do Liceu Cuiabano.
"(...) Caso você esteja entre a multidão que nunca lê um livro, ou uma frase com mais de 140 toques, e nunca escreve nada mais longo do que isso, aqui vai uma notícia interessante: você é um analfabeto.
O indivíduo que nunca lê nada é uma vítima do analfabetismo - vítima voluntária, certo, mas analfabeto do mesmo jeito.
A substituição do alfabeto por sinais como "rsrsrs ou kkkkk"; o tempo ganho com essa economia ortográfica não resultou no aumento da produtividade mental de ninguém - não levou à produção de mais ideias, digamos, ou de ideias melhores do que as que vemos por ai.
A impressão é que tais barreiras podem estar caindo do lado errado - ou seja, os que têm conhecimentos vão ficando cada vez mais parecidos com os que não têm.
A tecnologia não pode ser culpada pelo avanço da ignorância entre os que deveriam ser os mais instruídos; é neutra e imparcial. Ninguém, graças a Deus e à Constituição, é obrigado a ler nada; na verdade, um dos direitos fundamentais do homem, e alicerce indispensável da liberdade de expressão e de imprensa, é justamente, o direito de não ler coisa nenhuma.
A opção por fechar a cabeça a trinta séculos de sabedoria, de inteligência e de verdades acumuladas por tudo o que o homem escreveu até hoje é licita, mas é ruim. A regra, para os demais, é clara: ler é chato, escrever é inútil e ambas as coisas são típicas de um passado que estão tão morto quanto a civilização asteca.
Ler para quê? Não é preciso mais aprender, basta chamar o Google. É errado pensar assim? Com certeza é melancólico. Privar-se, por livre e espontânea vontade, do que escreveram Machado de Assis, Charles Dickens ou Vito Hugo é um desperdício que mete medo. Será que abolir da vida a imaginação e a curiosidade, como tanta gente está fazendo, torna as pessoas mais inteligentes, produtivas ou eficazes?
Todas as vezes em que você perceber que está ao lado da maioria, é hora de fazer uma pausa e pensar um pouco".
Eu não sou contra a internet, mas concordo com o Sr. Guzzo que muitos alunos não estão sabendo aproveitar as potencialidades que essas tecnologias modernas apresentam. E é muito raro encontrar alguém conectado e com uma inteligência desenvolvida graças as novas tecnologias.
