Na realização desta grandiloqüente obra concorreram amor e ódio. Michelangelo teria feito este trabalho contrariado, convencido que era mais um escultor que um pintor. Encarregado pelo Papa Júlio II,
sobrinho de Sisto IV, de pintar o teto da capela, julgou ser um conluio
de seus rivais para desviá-lo da obra para a qual havia sido chamado a
Roma: o mausoléu
do Papa.
Mas dedicou-se à tarefa e o fez com tanta mestria que
praticamente ofuscou as obras primas de seus antecessores na empresa. Os
afrescos no teto da Capela Sistina são, de fato, um dos maiores
tesouros artísticos da humanidade.
É difícil acreditar que tenha sido obra de um só homem, pois dispensara
os assistentes que havia contratado inicialmente, insatisfeito com a
produção destes, e que o mesmo ainda encontraria forças para retornar ao
local, duas décadas depois, e pintar na parede do altar, sacrificando,
inclusive, alguns afrescos de Perugino, o Juízo Final, entre 1535 e 1541, já sob o pontificado de Paulo III.
A superfície da abóbada foi dividida em áreas concebendo-se
arquitetonicamente o trabalho de maneira que resultasse numa articulação
do espaço entremeado por pilares. Nas áreas triangulares alocou as figuras de profetas e sibilas; nas retangulares, os episódios do Gênesis.
Assim como ocorre com parte da obra de Leonardo da Vinci, Benjamin Blech e Roy Doliner sugerem no seu livro Segredos da Capela Sistina
que Michelangelo teria usado de criptografia para inscrever mensagens
atacando o papado.
O artista teria usado seus conhecimentos dos textos
judaicos e cabalísticos, antagônicos à doutrina cristã estabelecida,
para transmitir em sua pintura aquilo em que verdadeiramente acreditava.
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