Muita gente nunca ouviu dizer que um matogrossense foi o responsável pela Revolta da Chibata de 1910. Eu morei na Rua Batista das Neves quando criança, ela passa em frente do Cemitério da Piedade, e só descobri quem era esse "herói" quando cursei História na UFMT.
O almirante Batista das Neves é considerado um "herói" pelas forças armadas, mas essa é uma outra história...
Eu em breve estarei trabalhando com meus alunos dos 3ºs anos sobre o Brasil República e a Revolta da Chibata é um dos movimentos sociais do período. Então, vamos conhecer um pouquinho sobre mesmo.
"João Batista das Neves foi um militar brasileiro, nascido no
estado de Mato Grosso a 28 de junho de 1856, morre no Rio de Janeiro, em
22 de Novembro de 1910, dia hoje comemorativo da Revolta da Chibata
Começou na Marinha, assim como todos os oficiais, como guarda-marinha,
isso foi em 1874, depois foi promovido a segundo-tenente em 1876;
primeiro-tenente em 1880; capitão-tenente em 1893, quando tomou parte na
Revolta da Armada
iniciada em 1893, na batalha final, de Anhatorim (1894), quando
comandando o navio Andrada, que fez parte da esquadra cuja nave mãe era o
navio Gustavo Sampaio, que torpedeou o encouraçado Aquidabã, comandado pelo então capitão de fragata, Alexandrino de Alencar, futuro Almirante (1904) e ministro da marinha (1906).
Em 21 de Novembro de 1910, capitão-de-mar-e-guerra desde 1904,
Batista das Neves foi o comandante do Encouraçado Minas Gerais que
ordenou que o marinheiro Marcelino Menezes recebesse a punição de 250
chibatadas por ter ferido um cabo que delatou Marcelino por ele ter
trazido cachaça para dentro do navio, o que era proibido a marinheiros.
Na época era permitido aos oficiais beberem bebida alcoolica a bordo;
aos marinheiros, não. A punição pelo código disciplinar entretanto era
limitada a 25 chibatadas, o que não foi respeitado pelo militar.
João Batista das Neves, estava no jantar oferecido a ele pela
oficialidade do cruzador francês Douguay-Trouin, ancorado na baía da
Guanabara na noite de 22 de novembro de 1910, quando resolve retornar,
na companhia do então 2º tenente na Marinha, Armando Figueira Trompowsky de Almeida
mais cedo ao Encouraçado Minas Gerais. Ali encontrou o navio revoltado
e, num ato misto de fúria e missão militar, reagiu bravamente ferindo um
marinheiro e sendo trucidado pelos demais.
Na Revolta da Chibata, Batista das Neves ocasionou o estopim para a revolta dos marinheiros. João Cândido,
o marinheiro que liderou a revolta, sofreu punições severas dos
almirantes da Marinha, pelo fato dele não ter impedido a morte do
comandante Batista das Neves, promovido "post mortem" a Almirante."
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