segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Neil Gaiman agradece ao Brasil pelo sucesso de Sandman

Série de Sandman vai adaptar algumas das histórias mais complicadas da HQ -  Canaltech
Eu cresci lendo gibis/HQs e quando alguma delas vira um filme ou série assisto logo para verificar se está igual ao original. Conheço o Sandman desde os anos 1980 e agora que está na netflix não perdi a oportunidade de conferir. Neil Gaiman é sensacional e ele fez alguns elogios aos leitores do Brasil. 

“O primeiro país do mundo a descobrir Sandman foi o Brasil. Os quadrinhos foram publicados lá traduzidos em (a honestidade me obriga a admitir) edições bem melhores do que os quadrinhos americanos”. A sentença não foi dada por nenhum editor brasileiro e sim pelo criador de Morpheus e demais perpétuos: Neil Gaiman. O escritor fez o elogio ao divulgar o trailer em português da série homônima na Netflix.
As representações masculinas dos Perpétuos de "Sandman" - 

Na thread do twitter, Gaiman não poupou elogios ao trabalho dos editores que trouxeram e traduziram Sandman ao Brasil e a paixão do público brasileiro. “Cada edição tinha um detalhe da capa ampliada na contracapa e ensaios ilustrados explicando ou expandindo as coisas nos quadrinhos. O Brasil foi o primeiro lugar em que um público subiu ao palco comigo (ok, isso foi um pouco assustador) e o primeiro lugar que eu vi uma adaptação de Sandman (mesma fase um pouco antes, era a parte do jogo mais antigo de A Hope in Hell). Então este sou eu dando um alô especial para o Brasil, e todos os leitores brasileiros do Sandman. Bons sonhos! Nos vemos na Netflix em 5 de agosto”, completou o autor ao confirmar a data de estreia da série.
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Publicada no fim dos anos 80 e 90, Sandman foi um sucesso entre o público adolescente e adulto no Brasil chegando ao país pela editora Globo. O personagem foi editado por um certo Sidney Gusman, que hoje trabalha nos Estúdios Maurício de Sousa e cuida do Universo HQ. O editor agradeceu o elogio também no twitter. “Foi uma honra para mim ter meu nome em muitas edições da Globo e, anos depois, também nos dez encadernados da Conrad”, falou.

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A HQ, que teve sua primeira edição lançada em 1987, ganha agora uma adaptação pela Netflix ambientada nos dias atuais. E, apesar desta ter sido a única mudança narrativa de fato confirmada, o anúncio que realmente levantou debate e reações adversas nas redes sociais foi a escolha do elenco e sua diversidade.

''Em suas redes, o próprio autor da obra e produtor da série, Neil Gaiman, foi alvo de tweets revoltados com a mudança de gênero e etnia de alguns personagens, que alegavam que o autor estava tentando “lacrar” (no original, “woke”) e manchar o legado de Sandman. O protesto é um tanto incoerente quando analisamos a origem da HQ e constatamos que todas essas representações já existiam na obra desde seu lançamento – como já refletido brilhantemente pelo repórter Nico Garófalo neste artigo.

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O fiel braço direito e bibliotecário do Sonhar, Lucien, ganha vida como Lucienne pela atriz Vivienne Acheampong (Convenção das Bruxas). Gwendoline Christie (Game of Thrones) representa Lúcifer em toda sua androginia. Temos Mason Alexander Park (iCarly), pessoa não-binária assim como seu personagem Desejo. Mesmo Jenna Coleman (Doctor Who) foi alvo de reclamações por interpretar Johanna Constantine – que existe na história original como antepassada do icônico exorcista.

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Em entrevista ao Omelete, Gaiman questionou a reação negativa do público: “Eu acho muito estranho, sabe? No Sandman que eu criei em 1987 e publiquei em 1988 nós tínhamos sete membros dos Perpétuos: três homens, três mulheres, e havia Desejo, que contém todos os gêneros. Desejo é, absolutamente e de todas as formas, além de um gênero. Então, escalamos uma pessoa não-binária brilhante: Mason Alexander Park. Galera, isso é Sandman. Vocês entenderam o que leram? Eu acho que as pessoas que estão reclamando: um, não leram Sandman, ou dois, não entenderam o que eles leram." 

Outra escalação que movimentou o Twitter foi a de Kirby Howell-Baptiste (Cruella) como a doce e gentil Morte. Apesar de a personagem ser representada majoritariamente como uma mulher de pele completamente pálida, ela carrega em si todas as etnias, visto que é a representação de uma ideia, um conceito, como lembra o autor: “O Sandman nº 8 foi o primeiro em que conhecemos a Morte e, em Sandman nº 9 (Contos na Areia) estamos na África muitos anos atrás e todos eles são negros. O que faz você acreditar que esses personagens não são de todas as raças? Nós já havíamos estabelecido isso, o que significa que precisávamos encontrar a melhor pessoa para o papel e na nossa opinião era Kirby.”

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