O Brasil foi tomado por manifestações contra o aumento das passagens de ônibus, corrupção,violência, obras da Copa do Mundo, etc. Há muitos anos que a juventude não saia às ruas para protestar com tanto entusiasmo e não podemos deixar esse momento passar sem analisarmos seu real significado.
O Movimento Passe Livre surgiu em Florianópolis e chegou aos estudantes de S.Paulo; eles defendem "a estatização das empresas de transporte e a gratuidade das passagens". Os líderes de S.Paulo que preferem serem chamados de porta-voz, são egressos de Colégios tradicionais, mas resolveram ir pra rua protestar. Isso não pode deixar de ser louvável, pois se a classe média acordou então há algo errado no pais.
E não podemos esquecer que esses movimentos são diferentes dos anteriores, uma vez que são organizados através das redes sociais e nas escolas via grêmios estudantis. E a empolgação de adolescentes que nunca participaram de uma passeata por mudanças sociais chega a ser contagiante!.
Lá no Liceu Cuiabano, como professora de História, não pude ignorar esse momento, afinal nós estudamos sobre a geração que lutou e morreu durante a Ditadura Militar e justamente quando temos um fato histórico acontecendo na nossa frente é impossível ficar de fora.
O professor Vitale Joanoni do Departamento e Chefe do Programa de Pós -Graduação de História da UFMT disse hoje no Jornal A Gazeta "é um sentimento de inconformidade nacional. O que existe em comum, entre as mobilizações de hoje e as lutas sociais já registradas no país, é a sensação de limite. Os protestos figuram como um recado à elite política e aos gestores governamentais de que já basta".
De acordo com o historiador e sociólogo do Instituto Graduate de Genebra Jordi Tejel Gorgas " em todo o mundo parece haver um conflito entre a juventude e a política. Os jovens não se sentem representados pelos partidos e querem respostas rápidas às suas novas demandas"
Eu particularmente achei ótimo que os partidos políticos, todos eles, não são bem-vindos nas manifestações. Esse é um movimento legitimo da indignação popular e como diz um jornalista "a mobilização e o protesto são indissociáveis dos regimes democráticos. A inquietude é própria dos jovens."
É arrepiante ver o número de pessoas gritando palavras de ordem, mas infelizmente é possível também encontrar os vândalos que estão ali simplesmente para provocar violência e destruição. E quando eles partem para a destruição do patrimônio público e investem contra lojas e bancos a polícia deve sim prendê-los, pois lugar de bandidos é na cadeia e não maculando a Voz indignada do povo nas Ruas.
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