Nos anos 90,1995 a 1998, quando eu ministrava aulas no PAEM (Projeto Alternativo de Ensino Médio criado pela Seduc) minha Equipe era formada por um professor de Filosofia,Vitório, uma professora de Geografia,Maria Augusta, e uma professora de História, no caso eu.
Nós trabalhávamos em 4 municípios, Jangada, Juina, Colíder e Terranova do Norte, e ficávamos lá por dois meses para cumprir os 200 dias letivos. Em Jangada, município da baixada cuiabana, nos sentiamos em casa. E foi lá que aprendi a dançar o verdadeiro rasqueado; mesmo com o surgimento do lambadão para agradar os mais jovens em Jangada esse novo rítimo não chegou a ameaçar a tradição das festas de santos.
Até hoje durante os meses de junho e julho as festas de santo "pipocam" na cidade. E existe um acordo entre os festeiros para que não haja duas festas no mesmo dia, assim todos podem frequentar todas e rezar para todos os santos sem problemas.
Após a missa o baile corre solto ou seja, até amanhecer. E nós como professores da Seduc não podíamos ficar de fora. Minha colega Maria Augusta, sabia dançar o rasqueado e eu aprendi de tanto olhar; e confesso que ficar só olhando não era nada agradável. Um verdadeiro "limpa banco" acontecia e ficar sentada sem ter com quem conversar era horrível.
É claro que nós só dançávamos com os alunos, pois é arriscado você "dar tábua" em alguém durante o baile. Para quem não sabe "dar tábua" é recusar dançar com a pessoa que vem convidá-la. Na baixada cuiabana, os homens dançam com as facas ou "peixeiras" nas costas... Daí o perigo da recusa... Lá em Jangada também os alunos costumavam dizer " quando os policiais forem embora vocês devem ir também"
E como cuiabana, o rasqueado me faz dançar e gostar desse ritimo envolvente, assim como as suas músicas e cantores. Entre os mais famosos aqui em Cuiabá temos Henrique, Claudinho e Pescuma; João Eloy; Roberto Lucialdo, Bolinha; Gilmar Fonseca; Vera e Zuleica; Moisés Martins e Guapo.
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