domingo, 2 de março de 2014

Geração Harry Potter

Eu sou fã de várias sagas inclusive do Harry Potter. Nos anos 2.000 através de meus alunos, com idades entre 14 a 17 anos, tomei conhecimento das aventuras do bruxinho adolescente. Quando foi lançado o primeiro filme Harry Potter e A Pedra Filosofal eu ainda não tinha lido nenhum dos livros.

Foi através de uma colega, professora Ana Paula de química, uma fã fanática que me emprestou os seus livros e entrei para sempre na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. A partir do terceiro filme eu já havia me tornado uma das milhares de fãs e com todos os livros e dvds em minha estante.

O psicanalista e escritor Mário Corso escreveu um artigo interessante sobre os livros de Harry Potter e vou transcrever  apenas alguns trechos  de seu artigo aqui para compartilhar com todos.

"O observador desavisado pode pensar o fenômeno Harry Potter apenas como um investimento bilionário da indústria cultural. Depois da história se provar viável, a mídia investiu forte e fez dela o que é: marco literário da ficção para jovens.

Podemos  inclusive falar que existe uma "geração Harry Potter". São jovens que estão hoje ao redor dos seus 20 anos, que nasceram em torno da década de 90 e pegaram a onda quando chegavam à puberdade ou no começo da adolescência.

O universo que J.K.Rowling criou é partilhado por fãs, até então mais velhos, de sagas como Star Trek, O Senhor dos Anéis ou Star Wars.

Quem imagina o mundo encantado de Rowling como refúgio idílico onde encontraremos as bondades do Papai Noel vai se sentir traído: ele é mais assustador e perigoso que o nosso. Não existem concessões, meio termo, nem ilhas de sossego. O que encontramos lá é uma luta política contínua, com traições, mortes e golpes baixos a todo o momento. Os heróis dessa saga sofrem sem tréguas e a mensagem é que só o engajamento e a disputa corajosa podem resolver seus destinos e os daquele reino.

Para a primeira geração, foi uma experiência de independência: seus pais não eram iniciados nos assuntos do bruxinho, já para os filhos desta, talvez ele se torne personagem de uma história familiar.

O que possamos dizer sobre isso é que esses universos mágicos nos apaixonam também porque não somos obrigados a entrar. A porta está aberta e espiamos por suspeitar que ali vamos nos divertir, nos assustar e ter contato com dimensões do humano que só a literatura nos proporciona."




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