Hipácia, também conhecida como Hipátia,
nasceu na cidade de Alexandria, então o caldeirão cultural da região
que hoje corresponde ao Egito, em cerca de 355 d.C. Ela era filha de
Theon, famoso filósofo, astrônomo e mestre de matemática no Museu desta
cidade; graças a sua influência ela se destacaria no cenário intelectual
posterior.
A filósofa, mulher guerreira, pioneira na arte de desbravar os árduos
caminhos da Matemática, cultivava não somente um cérebro privilegiado,
mas também o corpo saudável. Visava, assim, implantar em sua própria
existência esta antiga aspiração helênica.
Hipátia se tornou a maior pesquisadora da Alexandria nos campos da
matemática e da filosofia, legando ao futuro grandes descobertas nestas
disciplinas, bem como na física e na astronomia. Ela se devotou
igualmente à prática da poética e ao exercício das artes,
sobressaindo-se na Retórica.
Na adolescência ela foi para a cidade de Atenas, atual capital da
Grécia, com o objetivo de concluir seus estudos na Academia
Neoplatônica. Aí Hipátia logo ficou em relevo, por suas tentativas de
unir a matemática do algebrista Diofanto ao neoplatonismo de Plotino.
Melhor dizendo, ela empreendeu a adequação da razão matemática à ideia
da mônada das mônadas, cultivada pelos adeptos do neoplatonismo.
Infelizmente essa trajetória brilhante teve um desfecho sinistro, que
parece ter se configurado a partir de 412, com a ascensão do patriarca
Cirilo ao poder. Ele era um cristão fanático, árduo defensor da Igreja e
acirrado adversário dos que ele considerava serem hereges.
Hipácia foi violentamente atingida por um
grupo de desvairados cristãos repletos de ódio. Eles a levaram para o
interior de uma Igreja e lá extraíram sua pele com conchas, cortaram-na
em pedaços e os queimaram, em 415 d.C. Vítima de uma vingança ou de um
surto de intolerância, Hipátia seria imortalizada pela posteridade.(Ana L. Santana - Infoescola)
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