Alguns atores interpretam um pequeno papel tão bem que nós acabamos nos apaixonando por eles. Eu só conhecia o Jeffrey como o John Winchester pai de Sam e Dean; e mesmo tendo participado de apenas 12 episódios a presença dele em cena é magnífica. Tanto que depois de 10 anos de Supernatural os fãs ainda solicitam sua volta ao show. E para nossa alegria talvez ele retorne para a 11ª Temporada que já está sendo filmada.
Jeffrey Dean Morgan nasceu em 22 de abril de 1966,49 anos, em Seattle- Washington e tem 1,88 metros de altura. Atualmente ele vive com sua namorada Hilarie Burton e tem um menino com ela. Eu comecei a buscar mais informações sobre sua carreira e na TV ele
atua desde 1995, sendo que nas Séries Supernatural e Grey's Anatomy ele
filmou paralela. No cinema ele atua desde 1991 e foi assistindo novamente Watchmen que me apaixonei de vez pelo ator.
Eu já tinha assistido Watchmen, mas confesso que não tinha reparado muito no ator e sim no personagem, ao assistir novamente meu queixo caiu e fiquei tipo: "meu Deus! que atuação incrível" E encontrei uma entrevista dele feita pelo Fábio M. Barreto durante o lançamento do filme em 2009.
"Foi desanimador receber o roteiro e descobrir que o Comediante morria?
(...)
Jeffrey Dean Morgan: Então eu sabia quem era Zack Snyder e um pouco de como ele trabalhava.
Fiquei surpreso pelo modo pelo qual a Warner resolveu lidar comigo.
Chegou um pacote em casa, pensei que fosse algum roteiro especial, mas
era uma cópia xerocada da graphic novel! Dá pra acreditar? Xerox? Aí
comecei a ler e, na página 3, notei que eu morria. Não tive dúvidas,
liguei para o meu agente e perguntei "dá pra me conseguir papéis vivos,
pô!?". Falando sério, naquela noite fiz uma jarra de café e li quatro
vezes. Fiquei maravilhado.
Gostou mesmo... Afinal, ler quatro vezes em Xerox...
Jeffrey Dean Morgan: Depois da primeira vez, corri para uma loja de quadrinhos e comprei uma
versão decente. Bom, hoje em dia tenho duas Ultimate Watchmen, versões
em capa dura, capa de couro e tudo mais. Virei um fã assumido. Já li
mais de 40 vezes. Cada vez encontro algo novo, alguma nova nuança.
Engraçado lembrar que a gente nunca usava roteiro no set. Deveria haver
um roteiro em algum lugar, mas ninguém usava. Era aquela coisa, Zack
falava: "Tá vendo aquele balãozinho? Aquela é a sua fala". E sempre que
eu via algo faltando, ou tinha alguma idéia, sugeria para ele. Era
hilário, pois ele nunca recusava e sempre dizia: "Claro, por que não?
Vamos aumentar mais uma hora no filme" (gargalhadas). Ter uma referência
como essa para se basear é inigualável.
O que te atraiu no Comediante?
Jeffrey Dean Morgan: Primeiro, é o fato de ser algo totalmente diferente de
tudo que fiz antes. Levou um tempo para "descobrir" quem eu era
profissionalmente. Os agentes demoram para notar isso, sabe. Então,
descobriram que não sou Robert Downey Jr. e nem Javier Barden - embora
alguém na outra mesa tenha achado que eu era!!! (gargalhadas). Foi bom
deixar de ser um cara "romântico e bonzinho". Não há nada pior do que o
Comediante em termos de personalidade. Ele é maluco ao extremo. Fiz para
mostrar que posso ser diferente. Todo o processo de leitura e
aprofundamento me deixou apaixonado pela coisa toda. Ele é o melhor
personagem ali (risos).
O Comediante está assistindo TV pouco antes da luta inicial. O que passa pela cabeça dele naquele momento?
Jeffrey Dean Morgan: Bom, ele sabe o que vai acontecer. Foi assim que
interpretei pelo livro. Ele sabe do plano todo e sabe que não pode
impedir, além do fato de não ter nenhum amigo ou aliado. Ele é um
sujeito derrotado naquele momento da vida dele.
Mas mesmo assim ele tenta lutar...
Jeffrey Dean Morgan:Ele não é idiota e não quer morrer. Mas ele não acerta
nenhum soco. Juro que pedi para deixarem eu acertar pelo menos um soco,
mas ninguém deixou. É aquela coisa, ele luta pelo prazer da luta, mas
sabe que vai morrer. Ele entende a "grande piada" e paga por isso. O
melhor disso foi a cena da queda. Embora os cabos estivessem lá, era uma
queda livre de seis andares, antes que o sistema de segurança
funcionasse. Foi alucinante. O engraçado foi ver o Zack chegando perto
pela sétima tentativa. "Jeff, seguinte, preciso de uma tomada sem que
você esteja rindo durante a queda, pode ser?" (gargalhadas).
Existe um pouco do Comediante no John Winchester...
Jeffrey Dean Morgan: Com
certeza! Eu adoro interpretar o John Winchester (personagem que
interpreta no seriado Supernatural) por essa razão. Eu estava filmando
literalmente na mesma época que Grey´s Anatomy. Filmava três dias em
Grey´s Anatomy, voava para Vancouver e trabalhava três dias em
Supernatural. Interpretava dois personagens completamente diferentes ao
mesmo tempo. Era difícil sair de um personagem e ir para outro. Mesmo
assim, John Winchester, da maneira como eu interpretava, amava os filhos
dele. Tudo que ele fazia era por amor aos filhos. Eu li que o criador
do seriado discorda disso, mas não foi dessa maneira que eu o
interpretei. Já o Comediante não tem nada disso, ao meu ver. Ele tem
alguns momentos mais humanos, como seu relacionamento com Sally
Júpiter...
Mas por conta do novo final ele sofreu grandes mudanças. Afinal,
se não tem mais a Lula Gigante, o "colapso nervoso" do Comediante
poderia não acontecer?
Jeffrey Dean Morgan: Isso está lá.
Eu precisava desse momento, assim como eu precisava do momento com a
minha filha (Espectral). São dois momentos bem humanos. Você lê a
graphic novel e não odeia o Comediante. Por que será? Porque ele comete
atrocidades, então a gente não deveria gostar nem um pouquinho dele, mas
eu gostava dele. Então, eu precisava desses momentos para compor o
personagem assim como o filme sofreria com a ausência deles. Com exceção
da grande lula no filme - seria uma loucura -, o resto está lá. Não
está faltando nada.
Tem um bocado de Richard Nixon por lá, certo? Qual é a
importância de se voltar a falar dele no cinema. Frost/Nixon também tem
dado o que falar... Jeffrey Dean Morgan: Bom, há todo o
lance de termos um presidente que foi eleito pela quarta vez, o sujeito
que mandou matar Kennedy, que não passa pelo Caso Watergate e etc... É
uma realidade alternativa. Acho que é importante por traçar paralelos
para mostrar o quão relevante Watchmen é para os dias de hoje. Todo o
cenário envolvendo Barack Obama e tudo que o país precisa, pode ser, de
certo modo, visto como o "relógio do Apocalipse" de Watchmen. O mundo
precisa de mudanças e, ainda bem, Nixon não é o presidente atual
(risos)."
Para quem não assistiu o filme eu recomendo, assim como o HQ de Alan Moore que possui 12 edições.
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