"Ossos fossilizados de 15 corpos de uma espécie do gênero humano
desconhecida até o momento foram descobertos numa caverna próxima a
Johanesburgo, na África do Sul. A informação foi divulgada por
cientistas nesta quinta-feira (10/09) e comemorada como um marco nas
pesquisas sobre a evolução.
Cerca de 1,5 mil fósseis foram encontrados no fundo de um sistema de
cavernas, escondidos numa câmara subterrânea acessível somente através
de subidas íngremes e fendas nas rochas.
A nova espécie, batizada de Homo naledi, apresenta uma mistura surpreendente de características humanas e primitivas. Naledi
significa estrela em sesotho, uma língua sul-africana, e o nome da
espécie é uma alusão ao local onde os fósseis foram encontrados, as
cavernas de Rising Star.
Especialistas não têm certeza quanto à idade dos fósseis, mas acreditam
que os ossos tenham sido depositados nas cavernas após a morte dos
indivíduos.
"Até este momento na história, pensávamos que a ideia de comportamentos
ritualísticos diretamente vinculados à morte era algo único dos Homo
sapiens. Considerávamos nós mesmos diferentes", disse Lee
Berger, professor e pesquisador da Universidade de Witwatersrand em
Johanesburgo.
"Acreditamos que estejamos agora diante de uma espécie que tinha essa
mesma capacidade, e isso é algo extraordinário", comemorou.
Cérebro do tamanho de uma laranja
Segundo os cientistas, as mãos, pulsos e pés do Homo naledi eram
semelhantes aos dos homens modernos, mas o tamanho do cérebro e o tronco
eram muito mais parecidos com ancestrais da espécie humana.
"O Homo naledi tinha um cérebro pequeno, do tamanho de uma laranja, e um
corpo bem esguio", disse John Hawks, da Universidade de
Wisconsin-Madison, coautor do estudo que detalha a nova espécie,
publicado na revista científica eLife.
O Homo naledi tinha aproximadamente 1,5 metro de altura e pesava cerca
de 45 quilos. "As mãos sugerem capacidades de usar ferramentas", diz
Tracy Kivell, da Universidade de Kent, no Reino Unido, que integrou a
equipe que estudou a anatomia da nova espécie.
A primeira expedição à caverna onde os fósseis foram encontrados, em
2013, durou 21 dias e envolveu mais de 60 especialistas. Desde então,
cientistas estudavam os fósseis."(Deutsche Welle)
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