No Brasil existem assuntos que são extremamente proibidos de se falar e só chega até nós, graças a ousadia de jornalistas e pesquisadores comprometidos com a verdade. Já estudamos sobre o Holocausto alemão, entretanto, no Brasil aconteceu algo semelhante com os chamados "loucos" de Minas Gerais.
"O livro HOLOCAUSTO BRASILEIRO, da
jornalista Daniela Arbex, retrata um pouco das histórias vividas e não
vividas pelos “pacientes” do Colônia ao longo de suas longas décadas de
funcionamento. Um relato sobre seres humanos – um tanto que joselinos –
que foram sendo depositados no estabelecimento feito bichos peçonhentos,
muitos sem motivo aparente ou com diagnóstico de tristeza ou porque
“davam muito trabalho aos pais”, a citar alguns dos mais esdrúxulos
possíveis.
Um cenário tenebroso que geralmente
começava quando se colocavam as pessoas nos vagões do trem que
desembocava na Estação Bia Fortes, conhecido como “Trem de doido”. Fato
é que cerca de 60 mil pessoas foram definhadas lentamente pelas forças e
vontades do Estado, com direito ao uso dos moldes mais horrendos de
tortura e encarceramento social. E estes mesmos 60 mil morreram ali,
esquecidos e sem o mínimo de dignidade.
HOLOCAUSTO BRASILEIRO é um livro que
fala sobre os meandros da luta antimanicomial que ainda é travada até os
dias de hoje, e que divide opiniões de especialistas e leigos no
assunto. Com uma narrativa muito simples e rápida, apoiando-se também em
muitas imagens que causam revolta e indignação, a obra escancara um
problema de ordem social e humana que pode ser visualizado todos os
dias, em diversas localidades do país e do mundo, em diferentes
instituições.
O descaso é tremendo e quase sempre
ninguém sabe de quem é a culpa quando uma bomba explode neste meio. Não
diria que HOLOCAUSTO BRASILEIRO é a obra que fecha a discussão do caso
de Barbacena, mas uma que abre o nosso olhar para a necessidade de se
investigar mais a fundo tal história, que não é pequena, muito menos
insignificante. É preciso conhecer o que aconteceu nos pavilhões do
Colônia, para que tenhamos ainda mais noção do país em que vivemos, país
capaz de fomentar um genocídio de tamanha animalidade. E pensar que o
caso de Barbacena é apenas um dentre muitos."(paginacultural.com.br)
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