Hoje, o mundo está se lembrando do lançamento da primeira bomba atômica do séc. XX. Exatamente no horário em que a bomba caiu sobre Hiroshima, o Japão literalmente para e reverencia seus mortos.
8:14 minutos e mais alguns segundos, o coronel Paul Tibbets Jr., comandante do bombardeiro B-29, alcunhado de 'Enola Gay',era o nome de sua mãe, faz um voo tranquilo.
8:15 minutos, o coronel despeja sua carga mortal. Percebe um
imenso clarão silencioso e, logo depois, a aglomeração de gases sob a
forma de um cogumelo gigante. Missão cumprida, pode retornar à base. Ele
ainda não sabe que, embaixo, cerca de 100 mil, dos 240 mil habitantes
da cidade, morreram na hora, outros milhares perecerão logo depois.
Eu explico para os alunos, mostro imagens da bomba, da destruição da cidade, das pessoas, mas o livro do jornalista John Hersey é arrebatador, envolvente, chocante.! Para quem gosta de ler, eu recomendo para que sinta que o perigo ainda está entre nós, afinal, a bomba de hidrogênio existe e é muito mais poderosa que a atômica.
"Mas, afinal, o que significa uma cidade ser atingida pela bomba atômica?
Coube a Hersey a aventura de, entre 25 de maio e 12 de junho de 1946, portanto quase um ano após a tragédia, apurar os fatos em Hiroshima. Ele levaria outras seis semanas escrevendo a reportagem. Impressionados pela narrativa, os editores do The New Yorker optaram por fazer uma edição monotemática. Resultado: os 300 mil exemplares esgotaram-se em poucas horas. O mesmo sucesso editorial seria obtido quando, logo depois, a reportagem foi transformada em livro.
Sua narrativa se inicia mostrando o que acontecera com seus personagens, no caso, o Dr. Masakazu Fujii, o Dr. Terufumi Sasaki , o Padre Wilhelm Kleinsorge, o reverendo Kiyoshi Tanimoto, a srta. Toshiko Sasaki e a sra. Hatsuyo Nakamura, alguns momentos antes da explosão da bomba, na tentativa de mostrar ao leitor que, por causa de algum gesto ou reflexo é que foram salvos e sobreviveram, ao contrário dos outros mais de 160 mil que não resistiram, seja no dia do ataque, seja com os seus efeitos posteriores.
Muito detalhista, o relato é apresentado pela própria visão dos personagens, trazendo ao leitor não só a imagem do que de fato acontecera, mas inclusive os sentimentos, emoções, dores e lutas sofridas por cada um.
Além disto, é possível entender o que foi o caos e o tamanho da destruição nas cidades, o pânico e desespero de toda a população que sobreviveu e como aos poucos, muitas outras vidas foram sendo ceifadas, já que, os efeitos da radiação também caiu sobre todos impiedosamente, deixando os poucos que resistiram como mortos vivos.
Vista como a reportagem mais interessante do século XX, até a conclusão de seu último capítulo, 40 anos depois, ainda estava incompleta, já que, o que deu o toque final a este livro-reportagem é poder concluir e refletir sobre os efeitos devastadores, mesmo décadas após a utilização de tão poderosa arma, e o quanto é inútil e irracional ainda continuar buscando armas mais destruidoras."
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