É véspera de Natal e os preparativos para a ceia estão a todo vapor. Logicamente que a comida não é o mais importante da noite, mas faz parte da tradição de nossa família. Nunca esperamos à meia-noite e lá pelas dez horas todos sentamos à mesa. E como em todos os anos, eu faço a oração de agradecimento por tudo que recebemos ao longo do ano. Esse mesmo ritual irá se repetir na passagem do ano de 2019 para 2020.
Mesmo não sendo católicos, nós fazemos questão de comemorar o Natal ou seja, o nascimento de Jesus. Nossa casa fica toda enfeitada até o dia 6/1, Dia de Reis, quando guardamos todos os enfeites em caixas até o próximo Natal.
O natal no Brasil acontece no início do verão e diferente dos Estados Unidos, Europa, Ásia que estão no inverno e com direito a neve, aqui temos chuva e calor. Mas, a tradição cristã de comemorar o Natal é tratado com reverência mesmo em pleno séc. XXI, exceto em países não cristãos e nos Estados Unidos do séc. XVII.
"Os verdadeiros cristãos"
Em 1644, os puritanos ingleses – cristãos protestantes que acreditavam em regras muito rigorosas – decidiram abolir o Natal.
O
governo puritano o considerava um festival pagão, já que não há nenhuma
justificativa bíblica para 25 de dezembro ser considerada a data do
nascimento de Jesus Cristo.
Todas as atividades natalinas foram banidas na Inglaterra até 1660.
No
dia 25 de dezembro, lojas e mercados eram obrigados a abrir, e muitas
igrejas tinham que fechar as portas. Fazer uma celebração de Natal era
ilegal.
A proibição não foi facilmente aceita. Houve
protestos para voltar a ter liberdade para beber, ficar alegre e cantar
músicas. E, apesar da resistência, a legislação anti-Natal só foi
revertida quando Charles 2º se tornou rei.
Mesmo depois da queda da lei, muitos puritanos continuaram a tratar a festa natalina como uma abominação pagã.
Malvisto na América
Banquetes e comemorações também eram muito malvistos por puritanos da América do Norte.
E sim, também houve proibições à festividade em algumas das colônias que hoje fazem parte dos Estados Unidos.
Em Massachusetts, pelos mesmos motivos que na Inglaterra, o Natal foi banido entre 1659 e 1681.
A questão da data
Não há, de fato, um consenso sobre a data exata em que Jesus nasceu.
Alguns
teólogos defendem que poderia ser na primavera, já que há referências à
pastores vigiando seus rebanhos no campo aberto – é provável que no
inverno eles buscassem abrigo.
Também poderia ser no outono, se os pastores estivessem vigiando os animais na estação de acasalamento.
Há pistas, mas nenhuma data específica é dada na Bíblia.
Rituais pagãos
Desde a época do Império Romano, havia uma tradição pagã de festejar intensamente durante um período no fim de dezembro.
Era
basicamente um festival de colheita, quando se trocavam presentes, os
lares eram decorados e havia muita comida. Beber muito também era parte
do espírito da festa.
De acordo com o historiador Simon Sebag
Montefiore, o cristianismo inicial tinha que competir com a diversão que
as tradições pagãs proporcionavam socialmente.
Os romanos
gradualmente abandonaram o paganismo e adotaram o cristianismo. Nessa
transição, o calendário cristão acabou se apropriando do calendário
pagão.
Durante um tempo, os romanos comemoravam as duas
tradições. No fim do século 4º, os rituais pagãos e cristãos coexistiam
por 14 dias em dezembro.
Mas não sem algo conflito – e, no fim, a festa cristã saiu vitoriosa.
"Limpeza"
A
guerra ao Natal no século 17 foi uma tentativa dos puritanos de
"apagar" o que eles consideravam vestígios de uma herança pagã.
Mas é evidente, pelo tamanho das comemorações natalinas no mundo, que eles perderam a briga.
Enquanto
os cristãos ao redor do mundo comem um banquete ao lado de uma árvore
decorada e experimentam uma taça de vinho, estão dando continuidade a
uma tradição que tem muito mais que 2.000 anos."(bbcnews)
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