É impossível não perceber a florada dos ipês roxo em Cuiabá e eu adoro ficar olhando quando as flores caem no chão. Mas, nesse ano eles floresceram em julho e não em agosto, então resolvi buscar informações sobre o porque disso. E não foi somente eu quem percebi e as explicações dos biólogos é que as chuvas irão demorar para cair pelo terceiro ano consecutivo ou seja, somente lá por outubro ou novembro.
E em tempos de pandemia da Covid 19, olhar para a Natureza que enfeita nossas ruas com cores tão viva, nos dá ânimo e uma alegria que tudo vai passar em breve. Ainda que as mudanças climáticas estejam nos dando um recado, podemos impedir um futuro caótico se aprendermos algo com as floradas dos ipês.!
Em minhas leituras descobri algumas informações que não sabia e por isso irei postar aqui.
"“Passava os dias ali, quieto, no meio das coisas miúdas. E me encantei”. O poema de Manoel de Barros retrata o que os olhos dos cuiabanos, nesta época do ano, encontram ao ver os ipês das mais diversas cores florescendo nas ruas e quintais alheios.
Há uma crendice de que o ipê floresce no inverno seco mato-grossense, porque acredita que vai morrer. Diante do sofrimento, eles abrem as flores para liberar a semente e assim garantir a próxima prole do cerrado.
As cores das flores também seguem a ordem natural das coisas: primeiro vem o roxo, seguido pelo amarelo, branco e rosa – este último é o único que não é de origem brasileira, e sim de El Salvador.
De acordo com a doutora em Biologia e professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Ana Paula Ribeiro, a crença condiz com a realidade. “Cada planta vai florescer de acordo com um estímulo e tem diferentes adaptações. Tem planta que floresce quando chove. No caso do ipê, ele floresce sob estresse hídrico, aliado em dias mais curtos. Nessa época do ano, o período de claridade é menor que comparada ao verão. O stress aliado aos dias hídricos vai desencadear a floração do ipê”, explica.
Mas há um pouco também de licença poética em alguns fatos. “É fato que ele realmente floresce por estresse. Mas agora, é difícil falar de sofrimento, porque é uma coisa mais poética. Tem várias plantas também que florescem nessa época”, conta.
A professora ainda explica que os ipês são plantas que tem frutos com sementes aladas – elas buscam outro par para se reproduzir, por meio do ar. Por isso, elas aproveitam o clima seco. “Se fosse numa época chuvosa, não funcionaria pro ipê. É importante coincidir em uma época mais seca, com ventos para ajudar na dispersão de cada semente”.
Os ipês são ainda espécies caducifólias, isto é, no momento de maior sofrimento do ano, eles perdem todas as folhas. E só voltam a brotar quando o período de chuvas retorna. No caso de Mato Grosso, lá pelo fim do ano.
O stress, de certa forma, ajuda a salvar a vida do ipê. “As plantas perdem água pelas folhas. Elas perdem a água na forma de vapor. Caem todas as folhas é utilizada todas as reservas no caule e tronco, de nutrientes e minerais, para ser utilizado tudo isso para florescer e frutificar”, detalha."
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