segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Os X-Men e a Guerra Fria

A Guerra Fria, 1946-1991, ainda é possível aprender lendo as HQs como dos X-Men ou mesmo assistindo aos filmes. E por incrível que pareça tem estudantes que arregalam os olhos quando faço a relação com os temas trabalhados.

"Em 1963, Stan Lee e Jack Kirby criaram aqueles que talvez fossem seus personagens de maior apelo político: o grupo de super-heróis chamado de X-Men.

A Marvel elaborava, assim, uma clara analogia com a questão das minorias sociais, excluídas por serem portadoras de traços específicos que marcavam suas identidades: afrodescendentes, hispânicos, homossexuais, além de um claro paralelo com o antissemitismo da Segunda Guerra e com a paranoia comunista da Guerra Fria.  


Sendo este o contexto da história dos mutantes, o enredo desta narrativa retratava duas atitudes possíveis para a problemática do preconceito: a inserção destes grupos na sociedade de forma pacífica, pela via da educação, com os mutantes colocando seus poderes a serviço da sociedade, ou a revolta dos mutantes contra seus opressores, através de uma revolução na qual os oprimidos tomassem o poder à força.

Personificando estes dois vértices, Stan Lee e Jack Kirby deram à luz dois personagens antagônicos, que no fundo, lutavam pela mesma causa: o Professor Charles Xavier, um mutante telepata que abre uma “escola para jovens superdotados” e se dedica à educação dos mutantes, com vistas à sua aceitação pública pela inclusão social; e Magneto, mutante que consegue controlar qualquer tipo de metal, que forma um grupo de guerrilha, a Irmandade dos Mutantes, com o objetivo de tomar o poder à força para que os mutantes tenham seu lugar assegurado. 


Há certa concordância em comparar Charles Xavier a Martin Luther King  e Magneto a Malcom X,  no contexto da inclusão étnica estadunidense da década de 1960. Considero, porém, que as histórias de King e Malcom X sejam bem mais complexas e multifacetadas que as aventuras dos mutantes. Interessa dizer aqui que estes personagens continuam sendo publicados desde 1963, tendo tido apenas uma interrupção editorial, no início da década de 1970."

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